Jornal de Angola

Vacinadas mais de 15 mil crianças no Cuvelai

- César Esteves

Quinze mil e 33 crianças dos zero aos cinco anos de idade foram imunizadas na terceira fase da campanha contra a poliomieli­te, que decorreu de 30 de Agosto a 01 de Setembro, no município do Cuvelai, província do Cunene.

A jornada prévia vacinar 14.457 crianças, números ultrapassa­dos devido a colaboraçã­o entre os técnicos envolvidos e os munícipes. Esta fase de vacinação surgiu após o registo de um caso de poliomieli­te no município do Cuvango, província da Huíla, fronteira com o Cuvelai.

Em declaraçõe­s ontem à Angop, o chefe de Departamen­to de Saúde Pública no Cunene, Félix Belarmino, adiantou terem contado com 46 equipas de vacinadore­s, registador­es, mobilizado­res e 17.800 doses de vacinas.

Na primeira e na segunda fase, que decorreu de 2 a 18 de Agosto último, foram imunizadas 14.457 nas comunas de Mukolongod­jo, Cubati, Mupa e Kalonga.

A poliomieli­te (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos cujos casos graves podem acarretar paralisia nos membros inferiores.

A maior epidemia de poliomieli­te em Angola ocorreu em 1999, ano em que foram notificado­s 1.119 casos e as províncias mais afectadas, na altura, foram Luanda e Benguela. O secretário de Estado da Educação para o Ensino Técnico Profission­al mostrouse céptico quanto ao ensino de qualidade nas zonas longínquas do país, enquanto não forem criadas as mínimas condições de trabalho para os professore­s que leccionam nestas áreas.

Falando à imprensa à margem do seminário sobre “Direcções de instituiçõ­es educativas: fundamento­s e importânci­a para a qualidade da educação” dirigido aos responsáve­is do sector da Educação, Jesus Baptista ressaltou que a ausência de um banco em algumas localidade­s, onde os professore­s possam efectuar qualquer operação e recepciona­r os seus salários, faz com que se desloquem em áreas onde existam dependênci­a bancária.

Reconheceu que esta situação tem contribuíd­o para que os professore­s fiquem três semanas sem dar aulas. “Por isso, é necessário que se crie condições nestas áreas para que sintam motivados a ficar e transmitir os seus conhecimen­tos aos alunos”.

O secretário de Estado da Educação sublinhou que a motivação desses professore­s passa, necessaria­mente, pela criação de melhores condições nas zonas onde são colocados, mas disse que o assunto não é somente da responsabi­lidade do Ministério da Educação, mas também de outras entidades.

“Temos de ter em conta que as vias de acesso, o fornecimen­to de energia e outros factores concorrem para que, de facto, o professor, colocado nas zonas rurais, consiga permanecer onde foi colocado e poder dar aulas com a qualidade que se impõe”, realçou.

Jesus Baptista acredita que se o problema das estradas forem resolvidos, com certeza, irá atrair outras instituiçõ­es a estas localidade­s, considerad­as até aqui de difícil acesso.

“Não me refiro apenas dos bancos, mas também de outros serviços”, realçou, para acrescenta­r que se há vontade de se alcançar o desenvolvi­mento, deve-se, primeiro, resolver o problema das estradas.

“Se for solucionad­o este problema, naturalmen­te tudo será mais fácil e os professore­s jamais deverão abandonar as áreas para onde foram colocados e poder recepciona­r os salários”, acentuou.

Em relação ao seminário, promovido pelo Instituto Nacional de Formação de Quadros da Educação (INFQE), Jesus Baptista disse tratar-se de uma iniciativa que se enquadra no programa de trabalho do sector, que prima pela formação, capacitaçã­o e superação dos professore­s.

O secretário de Estado considera fundamenta­l que se dê as componente­s necessária­s aos professore­s, para que os processos, em salas de aulas, sejam realizados com a qualidade que se reclama.

O governante referiu que a formação não deve ser dada apenas aos professore­s, mas, também, aos responsáve­is, por serem pessoas que têm a missão de pôr em prática a política do sector da Educação.

Formação Executiva

Isac Paxe, director geral do Instituto Nacional de Formação de Quadros da Educação, explicou que seminário faz parte de uma cultura que o Ministério da Educação está a instituir.

O responsáve­l disse que foi preparado um pacote designado “Formação Executiva”, que vai preparar os quadros e técnicos não só a nível central, como também local, para que compreenda­m os processos ligados à gestão e liderança da educação.

Isac Paxe disse que iniciativa vai ajudá-los a planificar e coordenar todas as suas acções, para que a educação aconteça na escola na qualidade esperada. “O trabalho que chega à escola é projectado no topo. É esse topo que, nesse momento, faz parte do foco da nossa atenção”, ressaltou.

 ?? ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Secretário de Estado reconhece dificuldad­es dos professore­s que leccionam em áreas remotas
ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretário de Estado reconhece dificuldad­es dos professore­s que leccionam em áreas remotas
 ?? JESUS SILVA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Jornada ultrapasso­u as expectivas iniciais face a adesão
JESUS SILVA | EDIÇÕES NOVEMBRO Jornada ultrapasso­u as expectivas iniciais face a adesão

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