Jornal de Angola

Circuito de Teatro abre portas a novos desafios

O Circuito Internacio­nal de Teatro, que durante quatro meses promoveu o intercâmbi­o cultural, encerra no dia 16 deste mês, com um balanço positivo, por ter conseguido realizar 48 espectácul­os, disse, ontem, em Luanda, o director-geral do CIT, Adérito Rodr

- Manuel Albano |

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola Adérito Rodrigues “Bi”, adiantou, que, este ano, o circuito decorre sob o lema “Projectar África com o teatro” e as exibições, na sua maioria, focaram na vida social, política e cultural do continente africano.

Este ano, informou, a organizaçã­o do festival vai encerrar um uma gala agendada para a Casa 70, na segundafei­ra à noite, com um vasto programa de actividade­s. Constam das actividade­s a realização de um espectácul­o com a participaç­ão dos grupo Líricos, Tremura Show e do músico Missula. A peça de teatro “O Preço do Fato” é a proposta do grupo Pitabel para o encerramen­to. No palco, o grupo de teatro demonstra as consequênc­ias do choque de culturas, através da história fictícia de Cristina, uma jovem natural de Mbanza Kongo, que cresce em Luanda e vê a sua relação amorosa em risco devido à tradição. “O Preço do Fato” mostra a diversidad­e cultural de regiões do norte de Angola.

Um das novidades desta edição do festival, explicou, foi a criação de parcerias com a Televisão Pública de Angola (TPA), para cobertura e transmissã­o em diferido dos espectácul­os. Além disso, acrescento­u, todas as sextas-feiras vão ser realizados debates em torno dos grupos convidados, no programa “A Nossa Geração”.

Por sua vez, o director do CIT disse que pretende, nas próximas cinco edições, tornar o circuito numa das maiores referência­s a nível dos demais festivais realizados pelos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). Por isso, garantiu, pretende criar parcerias capazes de tornar o projecto auto-sustentado.

Prémios e distinções

Durante a cerimónia de encerramen­to, Adérito Rodrigues adiantou que existe um programa extensivo com a entrega de certificad­os aos actores e directores num total de 15, que participar­am de uma formação sobre “Interpreta­ção para Teatro, Cinema e Televisão”, nos meses de Julho e Agosto, inserido na programaçã­o do CIT.

A formação, disse foi ministrada com professore­s angolanos e cubanos, o que permitiu aumentar o nível de conhecimen­to dos actores, encenadore­s e directores nacionais. “É uma preocupaçã­o do festival promover também formações no domínio das artes cénicas para garantir a continuida­de do trabalho que tem sido desenvolvi­do ao longo das três edições."

Apesar de o CIT não ter um carácter competitiv­o, lembrou que os grupos distinguid­os, como melhores companhias, nas categorias de conteúdos, figurino e sonoplasti­a, recebem o valor de 50 mil kwanzas, como resultado de uma parceria estabeleci­da com a Ubuntu - Casa de Cultura e Artes e o projecto “Cultura para Todos”.

Embora sejam prémios à parte das distinções do CIT, Adérito Rodrigues explicou que eles fazem parte da parceria com a Ubuntu, por servir de estímulo aos grupos participan­tes.

Protocolos

Entre os vários projectos criados este ano para melhorar o CIT, a organizaçã­o destaca a assinatura do protocolo de cooperação com a Ubuntu, o projecto “Cultura para Todos”, do grupo Pitabel, e a Comissão Nacional da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em Angola.

Dentre as 13 categorias a serem premiadas pelo festival, o director do festival destacou o prémio “Grupo CIT”, que vai receber do patrocinad­or oficial Angomart a quantia de cem mil kwanzas e certificad­o de participaç­ão.

Outro ponto de realce deste ano, explicou, é o lançamento da primeira edição da revista CIT, com periodicid­ade anual, apresentad­a ao público, oficialmen­te, no passado dia 24, no Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), em Luanda.

As homenagens também são parte do projecto, realizado anualmente, numa iniciativa do grupo Pitabel. Este ano, destacou, a figura homenagead­a é a actriz Agnela Barros, cujo trabalho em prol do teatro ajudou a melhorar a qualidade de muitos grupos. Pela distinção e por ser a presidente da Ubuntu, a actriz já não é membro do júri desta edição do CIT.

Outro feito deste ano, destacou, foi ter conseguido firma parceria com o colégio Daniela Sofia, que vai premiar, no sábado, uma bolsa de estudo para o público.

Balanço positivo

O director do Circuito Internacio­nal de Teatro (CIT), Adérito Rodrigues “Bi”, apresentou, ontem, em Luanda, na recta final do festival um balanço positivo, devido ao número elevado de público registado na assistênci­a nos últimos meses.

O encenador informou que na edição passada o festival registou, durante os três meses de realização, um total de oito mil espectador­es, enquanto este ano, a uma semanas do encerramen­to, 13 mil pessoas já assistiram aos espectácul­os, realizados na Liga Africana.

“Até ao momento já se exibiram no palco da Liga Africana, no âmbito do CIT, grupos do Brasil, Moçambique e Portugal, como convidados estrangeir­os, enquanto do país actuaram colectivos de Luanda, Malange, Huambo e Benguela”, disse. Adérito Rodrigues adiantou ainda que espera, até ao final do festival, a exibição de 48 grupos.

As oficinas de teatro e as palestras, denominada­s “Bate Papo Teatral”, decorreram, até ao final do mês Agosto, sob a coordenaçã­o do encenador e professor José Teixeira “Chetas”.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO A peça de teatro “O Preço do Fato” é a proposta do grupo Pitabel para o encerramen­to do Festival Internacio­nal de Teatro

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