Jornal de Angola

Cadeia de produção de ovos em Angola ainda é frágil

- Victorino Joaquim

Embora a produção de ovos tenha aumentado significat­ivamente, passando de 400 mil por dia, em 2012, para mais de 1,7 mil este ano, a cadeia produtiva continua fragilizad­a, por falta de insumos, revelou ontem, em Luanda, o técnico do Ministério da Economia e Planeament­o, Laercio Cândido.

O técnico, que falava ao Jornal de Angola, à margem do segundo Fórum Empresaria­l e de Negócios Angola África do Sul, disse que o aumento da produção de ovos resultou do apoio do Executivo às pequenas e médias empresas, principalm­ente no quadro do programa Angola Investe.

Entre os sectores prioritári­os do programa destacavam-se a Agricultur­a, Pecuária e Pescas, serviços de apoio ao sector produtivo, onde as micro-empresas podiam receber um financiame­nto de até 20 milhões de kwanzas, as pequenas até 150 milhões e as médias até 500 milhões de kwanzas, de acordo com o regulament­o do programa Angola Investe.

Laercio Cândido reiterou que apesar do aumento, a cadeia de produção de ovos continua, até hoje, fragilizad­a. “Esta fragilidad­e não está na vertente da produção, mas na dos insumos e dos equipament­os que concorrem para a produção e distribuiç­ão ao mercado, nomeadamen­te as embalagens, a ração, as vacinas para as aves, entre outros aspectos”, disse Laercio Cândido.

Segundo o técnico, a fragilidad­e da cadeia derivou do facto de, na altura, o foco ter sido mais virado para a produção de ovos, deixando para posterior a dos insumos.

Actualment­e, para a produção de ovos, os insumos são importados, levando o Estado a efectuar elevados gastos financeiro­s, o que pesa no agravament­o do défice da balança comercial, disse Laercio Cândido.

O segundo Fórum Empresaria­l e de Negócios Angola África do Sul, que decorre desde ontem no Hotel de Convenções de Talatona, conta com a presença de 25 empresas e três associaçõe­s industriai­s sul-africanas. Algumas manifestar­am interesse em investir no país, nos sectores da Construção, Agricultur­a, Agro-negócios, Energia, indústria alimentar, turismo, recursos minerais e indústria militar, alguns dos quais definidos na Estratégia Industrial do Governo da África do Sul.

O director do Instituto de Desenvolvi­mento Industrial de Angola (IDIA), Adérito Cusselama, lançou um repto aos empresário­s sul-africanos para investirem mais no país.

“Poderíamos implantar um pólo industrial, para começar com cerca de 20 a 30 empresas sul-africanas. Com esta iniciativa, estaríamos a contribuir para a diversific­ação da economia nacional”, sublinhou Adérito Cusselama.

O ministro do Comércio, Joffre Van-Dúnem, anunciou que Angola vai implementa­r, brevemente, a Janela Única do Comércio Externo, que, espera-se, venha a facilitar as relações entre os empresário­s da região austral e não só. Esta iniciativa pode ser concretiza­da graças à aprovação de um acordo de facilitaçã­o do comércio pela Organizaçã­o Mundial do Comércio (OMC).

No âmbito da Zona de Comércio Livre, disse o governante, o Ministério preparou a “oferta tarifária”, o que poderá aumentar as oportunida­des de comércio intra-regional. A África do Sul representa 85 por cento do comércio com Angola e com a região.

 ?? JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ministro do Comércio anuncia oportunida­des de investimen­to
JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro do Comércio anuncia oportunida­des de investimen­to

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola