Garantida segurança ao investidor
O Presidente da República, João Lourenço, garantiu, ontem, em Brazzaville, a dezenas de empresários, que Angola está aberta ao mundo e tem criadas as condições para a realização segura dos investimentos, num ambiente de transparência e livre concorrência. O Chefe de Estado, que discursava na abertura do V Fórum Investir em África, no Centro Internacional de Conferências de Kintélé, arredores da capital do Congo-Brazzaville, acrescentou que o país, com o apoio do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, tem dado passos importantes para a normalização gradual do mercado cambial e de outros indicadores económicos.
No regresso ontem de Brazzaville, ainda no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço, recebeu do enviado do homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, explicações sobre os ataques que estão a ocorrer na África do Sul. O assistente para as Relações Internacionais do Presidente Cyril Ramaphosa, Khulo Mbtaha, que entregou uma mensagem a João Lourenço, disse à imprensa que, apesar de Angola não ser um país vizinho, é um parceiro muito importante da África do Sul na SADC e era necessário dar explicações sobre os eventos que têm acontecido no seu país.
Khulo Mbtaha garantiu ao Presidente João Lourenço que não há cidadãos angolanos envolvidos nos eventos que estão a acontecer na África do Sul. Afirmou que a África do Sul precisa de manter boas relações com os países vizinhos e que o Presidente Cyril Ramaphosa julgou ser importante explicar, para que o Presidente João Lourenço esteja bem informado, relativamente ao que está a acontecer.
Khulo Mbtaha disse que recebeu do Presidente João Lourenço uma mensagem positiva e de encorajamento. O enviado de Cyril Ramaphosa disse que o Chefe de Estado angolano garantiu o apoio e salientou que “percebe a situação pela qual a África do Sul está a passar e está pronta para prestar todo apoio que for necessário”.
O enviado do Presidente da África do Sul disse que a situação que se vive na África do Sul está relacionada com outras causas mais profundas e citou, como exemplo, a questão do policiamento e a reacção das forças de defesa e segurança, que não conseguem atacar as causas primordiais dos levantamentos sociais.
Khulo Mbtaha reconheceu que estes ataques abalam a imagem da África do Sul e disse ter recebido o encorajamento do Presidente João Lourenço, que espera que o homólogo sul-africano consiga, rapidamente, reverter a situação.
“A imagem que se tem é que são ataques dirigidos apenas a cidadãos estrangeiros. Mas a questão crucial é que as forças de segurança não foram totalmente capazes de lidar com as causas basilares e as motivações das pessoas, levando o país à situação em que está”, afirmou.
Desmentido ataque a angolanos
A Embaixada de Angola em Pretória desmentiu, ontem, informações postas a circular na redes sociais, segundo as quais o Presidente da República, João Lourenço, teria orientado o repatriamento de todos os angolanos residentes na África do Sul e o encerramento da missão diplomática naquele país, na sequência da onda de afro-fobia que se regista neste país. Segundo um comunicado, as informações são “falsas, descabidas, tendenciosas e visam desacreditar as boas relações diplomáticas, de amizade e de cooperação existentes entre Angola e a África do Sul”.
A Embaixada de Angola em Pretória garante que continua a “monitorar permanentemente a preocupante situação junto das comunidades espalhadas pela África do Sul e reafirma que não há angolanos afectados por este fenómeno” e aplaude a “pronta resposta das autoridades sul-africanas em assegurar a protecção das vítimas e responsabilizar criminalmente os autores desta onda de afro-fobia.
No comunicado, a Embaixada apela às comunidades angolanas naquele país a se manterem calmas, em permanente contacto com os líderes comunitários. Aos ilegais, aconselha a legitimarem a sua condição junto das autoridades.