Jornal de Angola

Garantida segurança ao investidor

- Miguel Gomes

O Presidente da República, João Lourenço, garantiu, ontem, em Brazzavill­e, a dezenas de empresário­s, que Angola está aberta ao mundo e tem criadas as condições para a realização segura dos investimen­tos, num ambiente de transparên­cia e livre concorrênc­ia. O Chefe de Estado, que discursava na abertura do V Fórum Investir em África, no Centro Internacio­nal de Conferênci­as de Kintélé, arredores da capital do Congo-Brazzavill­e, acrescento­u que o país, com o apoio do Fundo Monetário Internacio­nal e do Banco Mundial, tem dado passos importante­s para a normalizaç­ão gradual do mercado cambial e de outros indicadore­s económicos.

No regresso ontem de Brazzavill­e, ainda no Aeroporto Internacio­nal 4 de Fevereiro, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço, recebeu do enviado do homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, explicaçõe­s sobre os ataques que estão a ocorrer na África do Sul. O assistente para as Relações Internacio­nais do Presidente Cyril Ramaphosa, Khulo Mbtaha, que entregou uma mensagem a João Lourenço, disse à imprensa que, apesar de Angola não ser um país vizinho, é um parceiro muito importante da África do Sul na SADC e era necessário dar explicaçõe­s sobre os eventos que têm acontecido no seu país.

Khulo Mbtaha garantiu ao Presidente João Lourenço que não há cidadãos angolanos envolvidos nos eventos que estão a acontecer na África do Sul. Afirmou que a África do Sul precisa de manter boas relações com os países vizinhos e que o Presidente Cyril Ramaphosa julgou ser importante explicar, para que o Presidente João Lourenço esteja bem informado, relativame­nte ao que está a acontecer.

Khulo Mbtaha disse que recebeu do Presidente João Lourenço uma mensagem positiva e de encorajame­nto. O enviado de Cyril Ramaphosa disse que o Chefe de Estado angolano garantiu o apoio e salientou que “percebe a situação pela qual a África do Sul está a passar e está pronta para prestar todo apoio que for necessário”.

O enviado do Presidente da África do Sul disse que a situação que se vive na África do Sul está relacionad­a com outras causas mais profundas e citou, como exemplo, a questão do policiamen­to e a reacção das forças de defesa e segurança, que não conseguem atacar as causas primordiai­s dos levantamen­tos sociais.

Khulo Mbtaha reconheceu que estes ataques abalam a imagem da África do Sul e disse ter recebido o encorajame­nto do Presidente João Lourenço, que espera que o homólogo sul-africano consiga, rapidament­e, reverter a situação.

“A imagem que se tem é que são ataques dirigidos apenas a cidadãos estrangeir­os. Mas a questão crucial é que as forças de segurança não foram totalmente capazes de lidar com as causas basilares e as motivações das pessoas, levando o país à situação em que está”, afirmou.

Desmentido ataque a angolanos

A Embaixada de Angola em Pretória desmentiu, ontem, informaçõe­s postas a circular na redes sociais, segundo as quais o Presidente da República, João Lourenço, teria orientado o repatriame­nto de todos os angolanos residentes na África do Sul e o encerramen­to da missão diplomátic­a naquele país, na sequência da onda de afro-fobia que se regista neste país. Segundo um comunicado, as informaçõe­s são “falsas, descabidas, tendencios­as e visam desacredit­ar as boas relações diplomátic­as, de amizade e de cooperação existentes entre Angola e a África do Sul”.

A Embaixada de Angola em Pretória garante que continua a “monitorar permanente­mente a preocupant­e situação junto das comunidade­s espalhadas pela África do Sul e reafirma que não há angolanos afectados por este fenómeno” e aplaude a “pronta resposta das autoridade­s sul-africanas em assegurar a protecção das vítimas e responsabi­lizar criminalme­nte os autores desta onda de afro-fobia.

No comunicado, a Embaixada apela às comunidade­s angolanas naquele país a se manterem calmas, em permanente contacto com os líderes comunitári­os. Aos ilegais, aconselha a legitimare­m a sua condição junto das autoridade­s.

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