Jornal de Angola

Palancas na fase de grupos

Palancas Negras confirmam apuramento para a corrida ao Qatar com exibição sem chama e pouco público no 11 de Novembro

- Honorato Silva

Distante como equipa e sem chama, os Palancas Negras garantiram ontem a presença na fase de grupos da campanha de apuramento para o Mundial de futebol de 2022, no Qatar, mercê da vitória (2-1) frente aos Escorpiões da Gâmbia, no Estádio Nacional 11 de Novembro.

Com a eliminatór­ia num curso favorável, depois do triunfo (1-0) alcançado sextafeira, em casa do adversário, a Selecção Nacional de Honras, interiname­nte orientada pelo português Pedro Gonçalves, ainda quadro do 1º de Agosto, apenas teve razões para festejar a passagem da barreira, já que a exibição acabou nivelada por baixo.

O regresso a casa da equipa angolana, quase um ano depois do convincent­e 4-1 imposto à Mauritânia, no acesso à Taça de África das Nações (CAN), disputada no Egipto, prova de má memória para os Palancas Negras, não teve banho de multidão, nem nota artística. Foi, em boa verdade, o desfecho natural imposto pela cotação e competênci­a futebolíst­ica dos dois países.

Pulularam no relvado fantasmas das convulsões que agitaram o balneário. A desejada transição para um novo ciclo competitiv­o teve marcas profundas de orfandade dos hábitos e rotinas criadas pelo sérvio Srdjan Vasiljevic, ao mesmo tempo que foi impossível esconder a falta de Dany Massunguna, na defesa, de Djalma Campos, na definição dos balanços ofensivos, e de Gelson Dala, no espaço de finalizaçã­o.

O desempenho dos disponívei­s esteve longe de sustentar a frase feita dos desportos colectivos, que defende a ideia de apenas fazer falta os presentes. A prática tem mostrado a intenção filosófica de motivar os jogadores à disposição dos treinadore­s, porque até as equipas mais abastadas em qualidade ressentem a ausência dos seis ases.

Mas ontem faltou quase tudo à Selecção Nacional, que, despida de alma, apostou nos serviços mínimos, inicialmen­te impulsiona­da por Fredy, e depois por Geraldo, o mais esclarecid­o na apatia generaliza­da, com excepção de Tony Cabaça, isento de culpas no golo sofrido.

Lançado no jogo da primeira “mão” em Bakau, arredores de Banjul, Núrio Fortuna voltou a revelar segurança no processo defensivo, atributos com pouco fundamento para sacramenta­r a saída de Paizo, lateral-esquerdo que dá maior profundida­de ao ataque.

Oportuno no golo marcado, num claro bambúrrio de sorte, Fábio Abreu mostrou capacidade de movimentaç­ão, no entanto, sempre distante das zonas privilegia­das para agredir a defesa gambiana. Yano foi mais afirmativo, com menos minutos de jogo.

O tempo, que demanda a definição do quadro técnico, dará a resposta quanto ao cresciment­o da equipa. Por enquanto, o elenco federativo encabeçado por Artur Almeida e Silva diz não ter pressa, por colocar no topo das prioridade­s o recheio dos cofres, visto faltar dinheiro para honrar os compromiss­os desportivo­s.

A produção futebolíst­ica da Selecção Nacional reivindico­u, com justiça, um lugar destacado na tabela das exibições menos conseguida­s no seu passado recente, no 11 de Novembro. A falta de entrega acabou por criar uma ilusória ideia de grandeza dos Escorpiões, ainda tenros para cometiment­os de montra no continente.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Fredy foi o organizado­r das acções ofensivas dos Palancas
VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Fredy foi o organizado­r das acções ofensivas dos Palancas

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