Jornal de Angola

Xenofobia continua a matar estrangeir­os na África do Sul

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Duas pessoas morreram e várias lojas foram saqueadas, na segunda-feira, vítimas de actos de xenofobia, na cidade sul-africana de Joanesburg­o. “Uma das vítimas foi baleada mortalment­e em Denver e a outra foi esfaqueada em Hillbrow”, disse o porta-voz policial Wayne Minnaa ao canal público SABC.

“A Jules Street e Malvern pareciam zonas de guerra com saques de várias lojas, veículos e pneus a arder e muita violência”, afirmou. Segundo a Polícia, cinco pessoas ficaram feridas e 17 foram detidas por violência pública.

Violentos protestos reeclodira­m, no domingo à tarde, no centro da capital sul-africana quando os manifestan­tes, residentes em albergues sociais, rejeitaram o apelo contra a xenofobia, violência e pilhagens feito pelo líder político do partido Livre Inkatha, Mangosuthu Buthelezi, perante os manifestan­tes que empunhavam armas tradiciona­is zulu.

Wayne Minnaa disse que a dificuldad­e das autoridade­s de segurança em lidar com este tipo de situações esporádica­s “é que podem eclodir a qualquer momento em qualquer sítio”.

Todavia, descreveu a situação como “calma, ontem, em várias partes” de Joanesburg­o, “com o trânsito a regressar à normalidad­e”.

A Liga da Mulher do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder, apelou ao Governo para tomar medidas para pôr fim à violência xenófoba e instou o Presidente Cyril Ramaphosa a declarar o estado de emergência no país.

Desde 1 de Setembro, pelo menos dez pessoas morreram, entre as quais um estrangeir­o, cuja nacionalid­ade não foi divulgada, devido à violência xenófoba que atinge a África do Sul, afirmou na quinta-feira o Presidente sulafrican­o, Cyril Ramaphosa, que considerou injustific­áveis os ataques e saques.

“Sabemos que pelo menos dez pessoas morreram nessa violência, entre as quais um estrangeir­o”, afirmou o Chefe de Estado, numa declaração à nação emitida na quintafeir­a pela televisão, durante a qual considerou que “não há desculpa para a xenofobia” nem uma “justificaç­ão para os saques e destruição”. Desde o início da violência, a Polícia deteve mais de 500 pessoas.

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DR Apesar dos apelos do Governo e de membros da sociedade civil, a violência prossegue

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