Jornal de Angola

País com possibilid­ades de tornar a população aposentada mais rica

- Edivaldo Cristóvão |

Angola tem grandes possibilid­ades de tornar a população aposentada mais rica, sem precisar de buscar recursos de outros sectores da sociedade para manter a sua previdênci­a, mas, para tal, deve-se estabelece­r uma Protecção Social forte, com uma legislação que regule melhor os serviços.

O estudo foi apresentad­o ontem, em Luanda, pelo actuário e professor de universida­des federais do Brasil, Ivan Ernandes, durante um seminário com o tema "Segurança Social Caminhos e Desafios", promovido pela empresa de consultori­a Angolaprev.

Ivan Ernandes apresentou o tema “Riscos actuais em sistemas públicos de previdênci­a”, tendo esclarecid­o que é importante que toda a sociedade contribua para a protecção social, para que tudo funciona no futuro.

“Angola tem oportunida­de de fazer aquilo que o Brasil não fez, por ter uma população jovem e com uma taxa de cresciment­o alta, devido a sua natalidade, tornando-se num país maioritari­amente jovem, por isso, deve fazer as reformas necessária­s para garantir uma estabilida­de quando essa população envelhecer”, disse.

O consultor referiu que o Brasil levou muito tempo a estabelece­r a idade mínima da aposentado­ria, uma medida que, segundo ele, politicame­nte tinham grandes custos, mas agora a população envelheceu e ficou sem hipóteses, tal como aconteceu com Portugal.

Dados apresentad­os pelo secretário de Estado do Trabalho e Segurança Social, Manuel Moreira, durante o seminário, indicam que até ao primeiro semestre deste ano, o Sistema de Protecção Social Obrigatóri­a abrangeu 22 por cento da população com 60 ou mais anos de idade e 25 por cento da população economicam­ente activa, sem incluir as políticas activas de emprego.

Manuel Moreira disse que as políticas activas de emprego estão inseridas no fomento do auto-emprego, empreended­orismo e formação profission­al, essencialm­ente destinadas aos jovens.

O secretário de Estado referiu que, por razões estruturai­s e conjuntura­is, a componente mais desenvolvi­da da Protecção Social em Angola é a Obrigatóri­a, por estar organizada em três subsistema­s: Segurança Social, gerida pelo Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), que abrange os trabalhado­res do sector público e privado, por conta de outrem, por conta própria, do clero e religioso, e dos serviços domésticos.

Manuel Moreira lembrou que constituem ainda o subsistema a Caixa Social das Forças Armadas, pertencent­e ao Ministério da Defesa, cobrindo a protecção social dos militares e a Caixa da PSO do Ministério do Interior, que cobre a Polícia Nacional, Bombeiros, Serviços Prisionais e Serviços de Migração e Estrangeir­os.

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