Socialistas vencem sem maioria absoluta
Abstenção terá atingido valores recorde. Ao todo, 20 partidos e uma coligação apresentaram-se a votos, embora nem todos concorreram aos 22 círculos
As projecções divulgadas até ao fecho desta edição, davam, ontem, vitória ao Partido Socialista (PS) com 38,44 por cento dos votos, que correspondem a 112 deputados, seguindo-se o Partido Social Democrata (PSD), com 27,97 por cento, conseguindo 80 deputados. O mesmo exercício dá 18 deputados ao BE (10,06 por cento), menos um do que os actuais 19.
As projecções divulgadas até ao fecho desta edição, davam, ontem, vitória ao Partido Socialista (PS) com 38,44 por cento dos votos, que correspondem a 112 deputados, seguindo-se o Partido Social Democrata (PSD), com 27,97 por cento, conseguindo 80 deputados.
O mesmo exercício dá 18 deputados ao BE (10,06 por cento), menos um do que os actuais 19 e a CDU sofre um forte abalo, passando dos actuais 17 deputados para 11 (6,35 por cento).
A maioria absoluta fazse na Assembleia da República com 116 deputados (num total de 230). Ao confirmar-se esta geometria, António Costa pode fazer "geringonças" parciais (ou com o BE ou com a CDU).
Segundo estas mesmas projecções de resultados, divulgados pelas televisões, após o encerramento das urnas nos Açores, quatro partidos poderão, pela primeira vez, ter representação parlamentar: Iniciativa Liberal, Chega, Livre e Aliança.
O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou, momentos depois da divulgação das primeiras projecções, que os socialistas nunca estabeleceram como meta eleitoral a conquista de maioria absoluta, contrapondo que a principal preocupação passa pela existência de estabilidade “qualquer que fosse o resultado”.
“É necessário que a estabilidade exista qualquer que seja o resultado”, respondeu o líder socialista, antes de ser confrontado pelos jornalistas com a possibilidade de o PS não alcançar a maioria absoluta nestas eleições legislativas.
“O PS nunca estabeleceu essa meta. Essa meta é sempre muito improvável, já que, tendo em conta o nosso sistema eleitoral, requer condições políticas muito particulares. Já disse também que os portugueses não fazem uma avaliação particularmente positiva desse resultado”, frisou.
“Todos nós temos consciência que o quadro de incerteza internacional nos próximos quatro anos coloca-nos desafios importantes. Há realidades que ninguém pode desconhecer, como as alterações climáticas, que são um desafio global”, exemplificou.
O secretário-geral do PS insistiu então na tese de que esses desafios “requerem estabilidade política em Portugal”.
Taxa de abstenções
As projecções das televisões para a abstenção nas legislativas situavam-se entre os 35,4 e os 51 por cento.
Até às 20h00, a RTP adiantava uma previsão de abstenção de 44 a 49 por cento, a SIC, de 47,5 a 51 por cento e a TVI, entre 35,4 e 39,4 por cento.
Mais de 10,8 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro foram chamados às urnas para escolher a constituição da Assembleia da República na próxima legislatura e de onde sairá o novo Governo.
Segundo a secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, deviam votar para as eleições de ontem 10.810.662 eleitores, mais cerca de 1,1 milhões do que nas anteriores legislativas, em 2015, devido ao recenseamento automático no estrangeiro.
Esta é a 16ª vez que os portugueses são chamados a votar em legislativas, concorrendo a estas eleições um número recorde de forças políticas, 20 partidos e uma coligação, embora apenas 15 se apresentaram a todos os círculos eleitorais.
No total, foram eleitos 230 deputados numas eleições que, ao longo dos anos, têm vindo a registar um aumento da taxa de abstenção.
Em 2015, a taxa de abstenção atingiu o recorde de 44,4 por cento, comparando com os 8,3 nas eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975, ou os 16,4 por cento das primeiras legislativas, em 1976.
“Os socialistas nunca estabeleceram como meta eleitoral a conquista de maioria absoluta. É necessário que a estabilidade exista qualquer que seja o resultado”