Boris insiste em “Brexit” com ou sem acordo
O Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson, pediu ontem a Bruxelas que "aproveite a oportunidade" oferecida pela nova proposta e insistiu que o Reino Unido sai da União Europeia em 31 de Outubro, com ou sem acordo.
A proposta de Boris Johnson, apresentada na quartafeira, visa ultrapassar o impasse em relação à fronteira irlandesa, mas os 27 acolheram-na com cepticismo, apontando que ela contém aspectos "problemáticos".
Num artigo publicado ontem no "Sunday Express" e no "Sun on Sunday", dois jornais pró-"Brexit", Boris Johnson afirma que a proposta se traduz num "compromisso prático" de Londres e pede à UE que faça o mesmo.
“Digo aos meus amigos europeus: aproveitem a oportunidade que as nossas novas propostas oferecem. Juntemo-nos à mesa das negociações num espírito de compromisso e de cooperação. E realizemos um "Brexit" que funcione para ambas as partes”, escreveu o PrimeiroMinistro conservador.
“Depois de décadas de campanha, três anos de argumentos e, ao que tudo indica, meses intermináveis de adiamento inútil, faltam 25 dias para o Reino Unido deixar de ser membro da UE. Vamos fazer as malas e sair em 31 de Outubro.
A única questão é se Bruxelas se despede alegremente de nós com um acordo agradável para ambas as partes, ou se seremos forçados a caminhar sozinhos”, afirmou. Do lado europeu, a mensagem é que a bola está do lado de Londres, o que foi reiterado ontem pelo principal negociador da UE para o "Brexit", Michel Barnier.
“Se não mudarem, não acredito, tendo em conta o mandato que me foi dado pelos 27, que possamos avançar", disse Barnier num debate, organizado sábado à noite, pelo jornal "Le Monde”.
O negociador frisou que, se o Reino Unido quer seriamente chegar a acordo, tem de apresentar "novas propostas" esta semana e, nesse caso a UE estará preparada para negociar. “Quero ser extremamente claro. Um nãoacordo nunca será uma escolha da Europa.
Seria sempre uma escolha do Reino Unido. Estamos preparados para isso, tomámos medidas para proteger os nossos cidadãos e as nossas empresas, mas não o queremos", afirmou.