Jornal de Angola

PROJECTO ELÉCTRICO

As obras vão durar 18 meses e, depois da conclusão, será possível injectar 100 MW para a província de Cabinda

- Rodrigues Cambala

Energia do Inga trava apagões em Cabinda

A construção da linha de interligaç­ão de 400 KW de energia eléctrica da Barragem do Inga (RDC) à província de Cabinda (Angola), avaliada em 100 milhões de dólares, está prevista para arrancar em Agosto do próximo ano. O processo de lançamento do concurso da empreitada abre em Novembro deste ano.

Em Kinshasa, as equipas técnicas de Angola e RDC, chefiadas pelo presidente do Conselho de Administra­ção da Rede Nacional de Transporte (RNT), Rui Amaral Gourgel, e pelo directorge­ral da Sociedade Nacional de Electricid­ade (SNEL), Jean Kayan Kayombo, respectiva­mente, aprovaram um cronograma de actividade­s, bem como finalizara­m o processo de pré-concurso da empreitada para o desenvolvi­mento do Projecto de Interligaç­ão Eléctrica da Barragem do Inga à província de Cabinda.

O director de Gestão de Projectos da RNT, Joaquim Boaventura, informou que o valor estimado para as obras vai ser repartido entre Angola e a RDC, uma vez que a linha vai comportar 254 quilómetro­s, dos quais só 45 estarão dentro do território angolano.

“Quer dizer que a RDC vai arcar com os custos dentro do seu território, que são 209 quilómetro­s, e toda a infra-estrutura a ser construída localmente”, disse.

O projecto, delineado para servir três países, nomeadamen­te Angola, RDC e Congo, prevê na segunda fase construir a linha de Cabinda à Ponta Negra ou vice-versa.

As obras têm previsões de durar 18 meses e, depois da sua conclusão, será possível injectar 100 MW para a província de Cabinda, que conta com mais de 300 mil habitantes.

“Toda a população de Cabinda vai ser beneficiár­ia, pois a capacidade poderá crescer à medida que aumentar o consumo”, assegurou.

Ao lembrar que o projecto já tem algum tempo, Joaquim Boaventura salientou que Cabinda precisa de uma energia mais estável. “Normalment­e, a energia estável provém de fontes hidroeléct­ricas e não só. As fontes térmicas constituem uma vertente da qual se despendem vários recursos financeiro­s para manter a produção”, disse, acrescenta­ndo que a central do Inga vende a energia a um preço razoável e se trata de uma valia em termos económicos para a província de Cabinda.

Na visão de Joaquim Boaventura, o projecto vai evitar apagões que, normalment­e, têm acontecido na província de Cabinda.

A RDC vai, igualmente, beneficiar da linha de interligaç­ão, perspectiv­ando construir subestaçõe­s nas povoações de Boma e Mwanda.

O encontro, que aconteceu na sexta-feira, decorreu na sequência das conclusões da reunião do Comité Técnico Misto Bilateral de Angola e da RDC, que teve lugar em Luanda entre os dias 20 e 22 de Setembro do corrente ano.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Angola e RDC acordaram a instalação de uma linha que vai reforçar o abastecime­nto de luz

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