Jornalista eterniza prova continental
A recolha e a compilação da história dos 62 anos da Taça de África das Nações em futebol e dos 23 do desfile dos Palancas Negras, entre os melhores do continente, dão forma à obra de consulta a ser lançada pelo jornalista Carlos Pacavira, amanhã às 17h00, no Memorial Dr. António Agostinho Neto.
Em quatro meses de pesquisa e recolha de informação, com o apoio de Dinho Soares, comentador de desporto, e a já habitual arrumação gráfica de Edson Macedo, o amante dos números estatísticos, desde o início do percurso jornalístico na Rádio Nacional de Angola, traz em 128 páginas de textos curtos de leitura arejada, fotos e tabelas o essencial das 32 edições realizadas da competição. Com o preço de capa de 3 mil kwanzas, o livro concebido no formato de revista dá ao leitor a cronologia dos campeões africanos, os países organizadores, os grandes goleadores, as maiores referências individuais (onde aparece Akwá por Angola), os recordistas de presenças na prova e de minutos jogados, cujo destaque recai para Rigobert Song, antigo defesa e capitão da selecção dos Camarões.
Os treinadores são igualmente distinguidos na obra, com particular realce para Charles Gyamfis (Ghana), Hassan Shehata (Egipto), pelos três títulos conquistados, à semelhança do falecido Stephen Keshi (Nigéria), campeão como jogador (1980 e 1994) e em 2013, no comando das Super Águias. A parte da obra dedicada aos 23 anos de Angola, na grande montra do futebol africano de selecções, destaca a equipa que assegurou o apuramento para a primeira presença, em 1996, na África do Sul. O malogrado treinador luso-cabo-verdiano Carlos Alhinho é reconhecido como o timoneiro do “baptismo”, enquanto Oliveira Gonçalves é o único repetente (2006 e 2008) e obreiro da melhor campanha.
Jogador e treinador
Ainda nos seleccionadores nacionais, Carlos Pacavira sublinha o facto de Lito Vidigal ter estado no CAN como atleta e depois treinador. Os presidentes da FAF, Armando Augusto Machado (duas presenças), Justino Fernandes (três), Pedro Neto (duas) e Artur Almeida e Silva (uma) são eternizados no livro, que dedica um espaço ao trabalho feito pelos colossos 1º de Agosto e Petro de Luanda, ao nível da formação.
“Um povo que não se preocupa com a preservação da sua memória, perde-se e aniquila, a curto prazo, a sua cultura. É com o sentido de partilhar conhecimento e informação que nos dirigimos ao leitor. Em 62 anos de CAN e 23 de Angola na prova, muita história há para contar e preservar”, realçou o autor da obra.
Do punho de Carlos Pacavira, que em co-autoria com o jornalista Mateus Gonçalves publicou em dois tomos de o “Trumunu”, sobre o Girabola e os Palancas Negras, está no prelo outro trabalho dedicado às lendas do desporto angolano, designadamente atletas, treinadores, dirigentes, árbitros e jornalistas.