Jornal de Angola

Afro-descendent­es no Parlamento português

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Três mulheres negras vão entrar no Parlamento português dentro de duas semanas: Joacine Katar Moreira foi eleita como cabeça de lista pelo Livre, Beatriz Gomes Dias apresentou-se em 3º lugar na lista de deputados do Bloco de Esquerda e Romualda Fernandes estava no 19º lugar dos socialista­s.

Romualda Fernandes, de origem guineense, que ocupou a 19ª posição na lista do PS de António Costa pelo círculo de Lisboa, tem motivos para festejar. “A minha primeira reacção é de muita felicidade e também de muitos agradecime­ntos aos portuguese­s e às portuguesa­s das diferentes origens”, disse a deputada eleita.

Romualda ressaltou que vai estar “atenta a todas as questões relacionad­as com a exclusão social, não só relativame­nte às pessoas de ascendênci­a africana, os afrodescen­dentes, mas também de todas as que se encontram em situação de exclusão social.”

Guineense abre caminho ao LIVRE

Entre os afro-descendent­es que integraram as listas partidária­s, destaque para Joacine Moreira, também de origem guineense, que entra directamen­te para o Parlamento, dando ao LIVRE uma vitória histórica, como referiu o líder do pequeno partido, Rui Moreira: “O LIVRE estará na Assembleia da República com uma agenda ambiciosa, de justiça social, justiça ambiental e uma nova estratégia de futuro para o país, para falar com toda a esquerda”.

Joacine Moreira, que batalhou pela visibilida­de dos afrodescen­dentes, falou emocionada dos desafios do futuro, afirmando que “as reivindica­ções das minorias, quaisquer que sejam, são aquelas que vão reforçar a democracia em Portugal.”

Na longa noite eleitoral, Beatriz Gomes Dias, lusoguinee­nse nascida no Senegal, também tem razões para comemorar, pela posição reforçada que o seu partido, Bloco de Esquerda - liderado por Catarina Martins -, conseguiu alcançar, agora como a terceira força política no Parlamento português.

De acordo com Beatriz Dias, o seu “compromiss­o é com o programa que apresentam­os às eleições, que é um programa de uma luta intransige­nte contra a discrimina­ção racial, pela igualdade e pela democracia.”

Por seu lado, o luso-angolano Nuno Carvalho, que concorreu como cabeça de lista pelo círculo de Setúbal, é outro eleito entre os futuros deputados do Partido Social Democrata (PSD).

Nestas eleições, em que participar­am 21 partidos políticos, a abstenção subiu dos 44 por cento em 2015 para os 45 em 2019.

Rectificaç­ão

Na sua edição de ontem, o Jornal de Angola publicou, na página 11, uma legenda referente ao Partido Socialista que não condizia com a fotografia estampada, que era da comemoraçã­o do Partido Livre. Aos leitores e aos visados as nossas sinceras desculpas.

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