Centros urbanos ocupam 30 por cento do território
Angola tem cerca de 180 centros urbanos, o que representam quase 30 por cento de ocupação do território nacional, podendo o país levar mais de 15 anos para estruturar as linhas de desenvolvimento de longo prazo, revelou ontem, em Luanda, a arquitecta Ângela Mingas, à margem do XIV Fórum de Arquitectura promovido pela Universidade Lusíada.
A julgar pela extensão do território urbano, a arquitecta considera ser mais difícil desenvolver as cidades, porque, neste momento, 63 por cento da população nacional, ou seja, 19 milhões de pessoas vivem em centros urbanos.
Referiu que o XIV Fórum de Arquitectura, que decorre sob o lema “Transformação urbana”, tem como tema internacional da Onu-Habitat, que tem a ver com as novas tecnologias, como forma da redução dos resíduos sólidos.
Ângela Mingas salientou que a transformação urbana é necessária para fazer em vários sectores da vida pública e das cidades, que englobam questões da inteligência urbana, dos musseques, do crescimento e da infra-estruturação.
“A necessidade da transformação urbana não é só uma questão física, mas também de urbanidade ou de comportamento social e da utilização das novas tecnologias”, realçou a arquitecta.
Em seu entender, Angola é das maiores cidades do continente africano que concorre para fazer parte das maiores do mundo, mas, infelizmente, isso não é nada positivo, porque uma grande cidade traz problemas de pobreza e desemprego, sendo que aquilo que se precisa é garantir que o cidadão tenha qualidade de vida.
Segundo a especialista, que já foi membro do Executivo, existem propostas de desenvolvimento para as cidades médias e pequenas do país, já que Angola não é só Luanda, embora seja a capital, mas o segredo e aposta tem de ser nacional, sendo importante desenvolver as médias cidades, porque conseguem ter soluções mais fáceis e rápidas de se resolver.
Ana Inglês, representante do Laboratório Urbano de Angola, que fez apresentação sobre as funcionalidades do sector, realçou que a iniciativa do seu pelouro é aproveitar a missão e os objectivos da nova Agenda Urbana, que convida a todos a colaborarem na reestruturação dos espaços urbanos, contribuir para a sustentabilidade, com desenvolvimento harmonioso.