Angola ainda tem 1.200 campos minados
2.093 campos estão livre de minas em todo país, restando 1.200, dos 3.283 identificados após o conflito armado, afirmou ontem, em Luanda, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher.
Faustina de Almeida, que falava num encontro com jornalista denominado "Café de Ideias", manifestou preocupação quanto à situação vivida nos últimos anos. Lembrou que de Janeiro a Outubro deste ano morreram 13 pessoas vítimas da explosão de minas e outros engenhos, destes 10 são do sexo masculino.
Durante o mesmo período ocorreram, a nível nacional, 25 acidentes, que vitimou 62 pessoas e apontou as províncias de Benguela, Bié, Cuando Cubango, Huambo, Malanje e Moxico que apresentam mais acidentes.
Nesta perspectiva, disse, receberem especial atenção do Programa Nacional de Educação e Prevenção sobre Risco de Minas e outros Engenhos Remanescentes de Guerra.
O Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher vai intensificar as acções de educação e sensibilização sobre o perigo de minas e outros engenhos.
Acrescentou que o programa visa, entre outros objectivos, reduzir o número de acidentes com minas e outros engenhos, elevar a consciência e promover atitudes de prevenção e segurança em todos os seguimentos sociais.
Poderá contribuir para o cumprimento das metas da Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção e Transferência de Minas Anti-pessoal e sobre a sua Destruição.
Para Faustina de Almeida, a educação sobre o risco de minas significa o desencadear de um conjunto de actividades que visam reduzir o risco de acidentes e vítimas de minas, através da elevação da consciência e da promoção de atitudes e comportamentos de segurança nos cidadãos.
"Para o alcance dos objectivos contamos com o envolvimento de todos os parceiros e demais agentes públicos e privados, entre nacionais e internacionais comprometidos com esta causa", disse a ministra.
A governante espera que, nos próximos meses, não ocorram mais acidentes com minas e outros engenhos explosivos, daí a necessidade de sensibilizar cerca de 10 milhões de pessoas que, através de técnicas de comunicação em português e nas línguas nacionais, facilitem a disseminação de informações sobre o perigo das minas.
Para o sucesso destas e outras acções, estão em curso sessões de formação de técnicos/formadores de educação, prevenção sobre o risco de minas e outros engenhos, palestras, jangos, debates, teatro comunitário e sensibilização porta à porta.
As vítimas dos acidentes com minas e outros engenhos explosivos são, na sua maioria, crianças em função do seu comportamento inocente, esclarecendo que muitas destas recolhem objectos e levam para as comunidades onde, em grupos, tentam abrir, através da acção do fogo, originando a explosão do engenho.