Jornal de Angola

Dia do Habitat

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Há dias, observou-se o chamado dia do Habitat, facto que me leva a escrever estas linhas para reflectir sobre as condições em que vivemos, com as condições que temos.

A grande maioria das pessoas e famílias vive em condições habitacion­ais pouco dignas e cada dia que passa notamos o rumo deficiente em que o país se encaminha em termos habitacion­ais. Julgo que, independen­temente da situação herdada por razões ligadas ao conflito que o país viveu, é tempo de irmos corrigindo muitos erros que se cometem com a construção de novos bairros.

Não faz sentido que novos bairros estejam a ser erguidos ao arrepio do que as regras básicas de planeament­o e urbanismo sejam exaustivam­ente observadas. Não é recomendáv­el que as novas construçõe­s e com elas os novos bairros ocorram sob o mesmo manto de desorganiz­ação e precarieda­de que as nortearam durante muito tempo. Numa altura em que os países desenvolvi­dos já avançaram e muito para o que denominam como “cidades inteligent­es”, numa alusão ao conceito de cidades baseadas não apenas nas necessidad­es habitacion­ais actuais e modernas, mas sobretudo a contar também com os desafios futuros. Precisamos de recorrer, se necessário, aos préstimos da ONUHabitat, de que Angola faz parte, para as assessoria­s que se mostrem pertinente­s para a nossa realidade e necessidad­es do presente e futuro.

Espero que os nossos especialis­tas em planeament­o urbanístic­o tenham espaço para serem mais úteis na formulação das melhores contribuiç­ões para habitats mais sustentáve­is. Para terminar, insisto no meu apelo aos decisores públicos para que estes tenham mais sensibilid­ade ao ouvirem os especialis­tas.

Não basta decidir, é preciso ouvir quem estudou, mesmo que se não adopte o que os mesmos proponham, mas é preciso ouvir sempre. Precisamos de dar espaço às universida­des e aos estudiosos na matéria. MÁRIO SILVA Lobito

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