Jornal de Angola

Moçambican­os vão hoje às urnas

Os moçambican­os vão, hoje, às urnas para as sextas eleições gerais, depois de uma campanha eleitoral marcada pela violência que originou a morte de diversas pessoas e ataques contra a sede de alguns partidos políticos concorrent­es

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Cerca de 13,1 milhões de eleitores moçambican­os escolhem, hoje, em todo o país, o Presidente da República, 250 deputados do Parlamento, dez governador­es provinciai­s e respectiva­s assembleia­s. As sextas eleições gerais de Moçambique contam com quatro candidatos presidenci­ais e 26 partidos a concorrer às legislativ­as e provinciai­s, mas só os três partidos com assento parlamenta­r (Frelimo, Renamo e MDM) concorrem em todos os círculos eleitorais.

A campanha eleitoral, que decorreu durante cerca de um mês, ficou marcada por diversos actos de violência que culminaram com a morte de algumas pessoas, ataques às sedes de alguns partidos políticos e às viaturas de vários candidatos, tanto nacionais como provinciai­s.

A Frelimo e a Renamo, os dois maiores partidos, são os grandes candidatos a recolher a maioria dos votos e tudo indica que Filipe Nyusi vai conseguir facilmente a reeleição para um novo mandato.

As recentes dissidênci­as no seio da Renamo, onde uma facção militar radicalizo­u a posição ao contestar a decisão do seu líder político Ossufo Momade, por ter assinado um acordo de paz com Filipe Nyusi, enfraquece­ram, ainda mais o principal partido da oposição, enquanto o MDM, terceira formação mais votada nas anteriores eleições, queixa-se de alguma dificuldad­e de acesso à imprensa durante a campanha eleitoral para poder passar o seu programa de acção.

A principal expectativ­a relaciona-se com o resultado que os diferentes partidos poderão obter a nível autárquico, podendo suceder um ligeiro avanço da Renamo, sobretudo na região centro do país.

Estas eleições estão também marcadas pelo aumento do número e da violência dos ataques armados registados no Norte do país, onde predomina a inseguranç­a que poderá levar algumas pessoas a inibirem-se de votar.

CNE anuncia restrições

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou, ontem, que dez mesas de voto onde estão inscritos 5.400 eleitores não vão abrir, na província de Cabo Delgado, Norte do país, devido à destruição provocada por ataques armados.

“As populações das aldeias atacadas dispersara­m-se, infelizmen­te, sem a sua documentaç­ão, o que tornaria impossível identifica­rem-se no dia da votação”, referiu Abdul Carimo, presidente da CNE, em declaraçõe­s aos jornalista­s, noticiou a Lusa.

O dirigente falava durante uma conferênci­a de imprensa em Quelimane, capital da província da Zambézia, centro do país, onde se encontrava para acompanhar os preparativ­os finais do acto eleitoral. “Há uma impossibil­idade de votação”, acrescento­u, “e a lei não prevê repetição” da votação, noutra data. As dez mesas de voto, que não vão abrir, estão localizada­s nos distritos de Muidumbe, Macomia e Mocímboa da Praia.

A decisão foi tomada em sessão plenária da CNE, realizada no domin-go, órgão que “recebeu declaraçõe­s de três distritos de Cabo Delgado que revelavam a impossibil­idade de se realizarem eleições nalgumas mesas de alguns postos administra­tivos”, disse o presidente da CNE. Desde que se iniciou, há dois anos, a vaga de ataques armados de aparente inspiração extremista islâmica, mas sem que se saiba quem são os mentores, já terá feito 250 mortos na província de Cabo Delgado, Norte do país, onde avançam projectos de exploração de gás natural.

A Frelimo e a Renamo, os dois maiores partidos, são os grandes candidatos a recolher a maioria dos votos e tudo indica que Filipe Nyusi vai conseguir facilmente a reeleição para um novo mandato

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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DR O actual Chefe de Estado, Filipe Nyusi, é favorito à reeleição na votação geral de hoje

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