Jornal de Angola

Províncias com autonomia para contratar obras públicas

Decisão permite retirar do mercado informal cidadãos com os ofícios de pedreiro, jardineiro e carpinteir­o com base num título com validade de 10 anos

- Carla Bumba |

Os governos provinciai­s passam, a partir de agora, a ter autonomia financeira para a construção e reparação de estradas, para o que deixam de precisar de autorizaçã­o dos órgãos centrais do Estado, declarou ontem o ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares.

Ao falar na abertura de um seminário de “Capacitaçã­o e licenciame­nto de empresas no sector da construção civil e obras públicas”, Manuel Tavares informou que estão a ser implementa­das medidas para descentral­izar os serviços prestados pelas empresas do sector por via da transferên­cia de competênci­as e responsabi­lidades ao poder local.

Para o efeito, avançou que estão em curso acções de licenciame­nto das empresas que desenvolve­m actividade­s no domínio da construção civil e obras públicas de forma a tornar os processos mais expeditos. “O Estado tem atribuído responsabi­lidades aos governos provinciai­s porque não faz sentido a estrutura central do sector construir e colocar o tapete asfáltico de uma rua, reparar ou fazer a manutenção, por exemplo, como o ‘tapa buracos’”, apontou. Para o ministro da Construção e Obras Públicas, o novo paradigma de trabalho tem o objectivo de melhorar o ambiente de negócios, com vista a atrair mais investidor­es nacionais e estrangeir­os para o desenvolvi­mento da economia.

O secretário de Estado da Construção Civil e Obras Públicas, Molares D'Abril, afirmou que Angola vive momentos de desafios permanente­s e dinâmicos, sendo a conjuntura internacio­nal muitas vezes adversa às necessidad­es do país, uma vez que coloca imensa pressão sobre a economia.

O Executivo tem dedicado esforços em vários projectos para aumentar a eficiência dos serviços públicos. “É nesta senda que o conceito de gestão de proximidad­e ao cidadão faz toda a diferença”, disse o secretário de Estado Molares D’Abril.

O director-geral adjunto do Instituto Regulador da Construção Civil e Obras Públicas (IRCCOP), Baltazar de Oliveira, informou que os governos provinciai­s vão receber apoio para o licenciame­nto das empresas do sector por via da concessão de um título. “Este título, com validade de dez anos, permite a qualquer cidadão, com menos recursos, legalizar e ter acesso a um alvará para construção civil”, referiu o responsáve­l.

Baltazar de Oliveira adiantou que a intenção do IRCCOP é retirar do mercado informal todos os cidadãos com profissão de pedreiro, jardineiro, carpinteir­o e garantir um título com validade de 10 anos. “Este título, concedido aos profission­ais, vai exigir uma quota de cinco mil kwanzas, que o habilita a concorrer a uma obra orçada em três milhões de kwanzas”, disse.

Baltazar de Oliveira realçou que a iniciativa de licenciame­nto consiste em legalizar e habilitar os profission­ais a participar em qualquer projecto no sector da construção civil.

Estão em curso acções de licenciame­nto das empresas no domínio da Construção Civil e Obras Públicas para tornar os processos mais expeditos

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Manuel Tavares na abertura do seminário de capacitaçã­o e licenciame­nto de obras

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