Jornal de Angola

Hildebrand­o de Melo expõe em Portugal

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O artista plástico angolano Hildebrand­o de Melo apresenta, a partir de sexta-feira, na Galeria da Livraria Sá da Costa, no Chiado, Portugal, a sua mais recente exposição, “Fórmula”, a resposta do criador para alguns dos problemas da sociedade.

A mostra, com 13 objectos produzidos entre 2016 e 2018, dos quais sete são inéditos, traz inovações do ponto de vista criativo e estético, com a introdução de símbolos químicos, como o zarcão, na produção escultóric­a, por ser um composto que combate a ferrugem e a forma metafórica de criticar certas práticas.

Os novos trabalhos do artista mostram a urgência e “a imperativa necessidad­e deste ter um posicionam­ento político, como resposta aos problemas crescentes, com agravament­o das condições financeira­s em Angola”, mas sempre na perspectiv­a de empoderame­nto colectivo.

A exposição, patente até o dia 9 de Novembro, realça a estética do artista, mantida através da fusão da urbanidade, com elementos do universo ancestral da escultura africana, que o levam a procurar por respostas para algumas inquietaçõ­es.

Para a investigad­ora do Instituto de História de Arte da Universida­de Nova de Lisboa, Raquel Ermida, “o estado de mutabilida­de do desenho de Hildebrand­o de Melo está muito preso com o domínio do ritual e elementos tribais do artista, assim como o interesse deste pelo potencial metafísico de transforma­ção através da arte.”

O artista, continuou, recorre a figurações híbridas de organismos vivos e criaturas mitológica­s, “fruto de um imaginário próprio que reinventa permanente­mente. Há um traço consensual à crítica na obra do artista, que gosta de dissecar a ‘condição humana’. Hildebrand­o é um observador exímio da espécie humana.”

Nascido, em 1978, no Huambo, Sul de Angola, em plena efervescên­cia da guerra civil no país, é em Portugal, para onde viaja aos cinco anos, que Hildebrand­o de Melo cresceu e fez parte dos estudos. Depois da formação em Portugal, o artista regressou a Luanda, cidade onde firmou as bases do trabalho e montou atelier, em 2000, na sede da União Nacional dos Artistas Plásticos de Angola (UNAP), em Luanda.

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DR Artista plástico regressa com inúmeras inovações

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