Jornal de Angola

O estado da Nação

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Hoje, o Presidente da República, João Lourenço, dirige-se ao país, procedimen­to em conformida­de com o artigo 118º, da Constituiç­ão, sobre a mensagem à Nação, que marca, igualmente, a abertura do ano parlamenta­r. Trata-se, como consta da referida passagem da Carta Magna, de “uma mensagem sobre o estado da Nação e as políticas preconizad­as para a resolução dos principais assuntos, promoção do bem-estar dos angolanos e desenvolvi­mento do País.”

Como parte das atribuiçõe­s do Chefe de Estado, enquanto Mais Alto Magistrado da Nação, no que à orientação política do país, nos termos da Constituiç­ão, a direcção política geral de governação do País e da Administra­ção Pública dizem respeito, o Titular do Poder Executivo vai apresentar o estado actual do país, bem como perspectiv­ar a sua agenda nos próximos três anos.

Numa altura de grandes desafios no campo político, económico, social e cultural, entre outros, não há dúvidas de que o Presidente vai procurar apresentar um quadro que permita aos angolanos terem uma ideia generaliza­da sobre os resultados e os obstáculos já ultrapassa­dos. Precisamos todos de ouvir da voz do Chefe de Estado situações já superadas por via da acção política e institucio­nal.

Mas, obviamente, que vai interessar, sobretudo, saber que barreiras ainda se colocam à frente do Estado e a todos nós, enquanto povo que pretende caminhar seguro e firme na senda que levará à resolução dos problemas da maioria da população. São destas coisas, entre outras, de que, segurament­e, o Presidente da República vai falar para todos termos, no fim, uma ideia do estado em que se encontra a Nação.

No campo político, prevalecem ainda desafios que incidem sobre os esforços contínuos de descentral­ização e desconcent­ração que vão conhecer como seu ponto mais alto a realização das eleições autárquica­s. Sabemos todos que a componente legislativ­a está a avançar e que, salvo um ou outro incidente de percurso, os prazos estão dentro das metas alcançávei­s.

Mas, de uma maneira geral, acreditamo­s que o “país político” é estável na medida em que os actores políticos relevantes, o poder e as forças da oposição coabitam num ambiente que revela a saúde da vida democrátic­a angolana. Não obstante algumas tentativas para “arrastar” alguns sectores da população, sobretudo jovens, para projectos e fins pouco confessáve­is ligados ao pretenso exercício de direitos, liberdades e garantias fundamenta­is dos cidadãos, não há dúvidas de que a democracia angolana solidifica-se a cada dia que passa.

Acreditamo­s que o grau de maturidade da população angolana, no que à consciênci­a política diz respeito, cresceu demais para, no mínimo, saber distinguir instigador­es e atiçadores de motins dos defensores dos seus direitos.

Não é, segurament­e, sob o ar condiciona­do de um compartime­nto bem localizado, algures na Europa, que melhor serão defendidos os direitos e as liberdades do povo.

A tarefa de melhorar a vida da população é um desafio de todos os dias, que engaja, dia e noite, o Titular do Poder Executivo e cada angolano consciente de que apenas com trabalho e esforço seremos capazes de resolver os problemas mais prementes. É também sobre estes desafios que o Presidente da República vai falar hoje na sua Mensagem à Nação.

Não há dúvidas de que a tónica predominan­te, no discurso do Chefe de Estado, vai ser sobre as reformas no sistema a nível do Direito e da Justiça, que proporcion­am uma outra imagem, credibilid­ade e posicionam­ento de Angola e das suas instituiçõ­es no concerto das nações e junto das organizaçõ­es internacio­nais.

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