Adiamento sem data motiva críticas de Macedo e Dinis
Técnicos assumem necessidade de reajustar conteúdos de treinos face à indecisão no arranque da disputa da principal prova da FAB
A falta de dinheiro, condicionante que motivou o adiamento “sine die” do arranque da 42ª edição do Campeonato Nacional sénior masculino de basquetebol, por falta de pagamento de dívidas contraídas pela Federação junto dos árbitros, de prémios correspondentes à época passada, mereceu críticas dos técnicos do 1º de Agosto e do ASA, Paulo Macedo e Carlos Dinis, respectivamente.
Para os treinadores, a alteração obriga-os a refazer o plano de preparação, pois militares e aviadores tinham encontro marcado para amanhã, às 18h00, no Pavilhão Multiusos do Kilamba.
“Isso não é bom. Estava tudo marcado e de repente alteram-se as coisas. Estávamos a trabalhar na perspectiva de termos de jogar duas vezes esta semana. Vamos ter de refazer tudo e adaptar-nos. Mas penso que se elevaram as expectativas ao terem apitado a Supertaça. Era preferível não o terem feito, pois saber-se-ia desde cedo não haver condições financeiras. Mas tem de haver uma data, marcada com bastante antecedência. Pois não podem anunciar três dias antes”, disse Macedo.
Com o objectivo de manter os jogadores em actividade, Paulo Macedo defende a necessidade de “disputarmos dois jogos esta semana, para darmos continuidade às coisas que temos feito”, concluiu.
Por sua vez, Carlos Dinis lamentou a situação e diz que “agora somos todos obrigados a inventar exercícios. Quando solicitamos (clubes) adiamento de jogos, pagamos à federação, a nós ninguém o faz”.
Prosseguindo, o número um da hierarquia técnica da formação do aeroporto apontou um facto: “se eventualmente tivéssemos pago uma unidade hoteleira, com o propósito de estagiar, e diante deste empecilho o proprietário dissesse 20 por cento do valor ser-vos-á descontado, quem nos devolveria?” questionou.
Na visão de Dinis a delonga quebra rotinas: “e neste quesito certamente que ressentirão mais ainda os arquirivais, por terem jogado a Supertaça. Os jogadores ganharam forma para este jogo e agora, com este interregno, podem baixar novamente os índices”, prevê.
Dívida de cinco milhões
A dívida da Federação com os árbitros é superior a cinco milhões de kwanzas, confirmou ontem, em declarações ao Jornal de Angola, o vicepresidente para as selecções nacionais, Benjamin Romano.
Segundo o dirigente, não chega aos dez milhões como tem vindo a circular, embora não tenha revelado o valor exacto. Quanto ao arranque da prova, esclareceu que ontem estava prevista uma reunião no final do dia “para analisar a situação”.
Contactado pelo JA, o presidente da Associação Nacional de Juízes de Basquetebol de Angola (ANJBA), Wilson Boaventura, lamentou: “tinha de ser, pois de outro modo nunca mais receberíamos os valores em dívida”.