Protestos no Chile provocam 15 mortos
Prosseguem protestos nas cidades chilenas apesar da suspensão, pelo Governo, do aumento do preço do bilhete de metro quando o Presidente Sebastián Pinera afirma que o “Chile está em guerra contra criminosos perigosos”
Pelo menos 15 pessoas morreram, incluindo 11 na região da capital e quatro no resto do país, nos protestos violentos que abalam o Chile desde há cinco dias, segundo um novo balanço anunciado ontem pelo Governo.
“Temos um total de 15 mortes no país, incluindo 11 na região de Santiago, que ocorreram durante incêndios e pilhagens principalmente em centros comerciais”, indicou o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, à imprensa.
Entre as vítimas mortais fora da capital, três foram baleadas, acrescentou Ubilla.
O anterior balanço, apontava, segundo as autoridades, para pelo menos 13 mortos.
Os protestos, que se espalharam por diversas cidades do país, com barricadas, incêndios e pilhagens, já deixaram feridos 239 civis e cerca de 50 polícias e militares, tendo ainda levado a 2.643 detenções.
Na noite de segunda-feira, o Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH), um organismo público independente, indicou que, entre os feridos, 84 foram baleados. O Presidente chileno, Sebastián Piñera, afirmou no domingo que o país estava “em guerra” contra os “criminosos” responsáveis pelos protestos violentos que causaram vítimas mortais e que levaram o Governo a decretar o estado de emergência na capital. “Estamos em guerra contra um inimigo poderoso e implacável que não respeita nada ou ninguém e que está disposto a usar a violência sem limites, mesmo quando isso significa a perda de vidas humanas, com o único objectivo de causar o máximo de dano possível”, afirmou Sebastián Pinera. O Presidente disse entender que os cidadãos se manifestem sobre aquilo que os preocupa, mas classificou de “verdadeiros criminosos” os responsáveis pelos incêndios, barricadas e pilhagens.
As manifestações decorrem desde sexta-feira em protesto contra um aumento (entre 800 e 830 pesos, cerca de 1,04 euros) do preço dos bilhetes de metro em Santiago, que possui a rede mais longa (140 quilómetros) e mais moderna da América do Sul, e que transporta diariamente cerca de três milhões de passageiros.
O Presidente Sebastián Pinera decretouoestadodeemergência para 15 dias na capital, com sete milhões de habitantes, mas no dia seguinte, no sábado, recuou e suspendeu o aumento. Mas, asmanifestaçõeseosconfrontos prosseguem, também devido à degradação das condições sociais e às desigualdades no país, onde as áreas da Saúde e Educaçãoestãoquasetotalmente controladas pelo sector privado.