Pagamento de prémios pode elevar o moral dos jogadores
Seleccionador nacional ambiciona manter ou melhorar o terceiro lugar da edição passada e garantir a qualificação para o Mundial
O pagamento dos prémios em atraso e uma preparação eficaz serão fundamentais para a Selecção Nacional sénior masculina de andebol manter, ou melhorar, o terceiro lugar na 24ª edição do Campeonato Africano das Nações (CAN), revelou, ontem, ao Jornal de Angola, o seleccionador Filipe Cruz.
Segundo o técnico, de nada vale ter uma preparação à dimensão do evento que a Tunísia acolhe em Janeiro de 2020, se ainda existirem questões delicadas por resolver, pois, podem interferir no desempenho do combinado angolano. “A quatro edições do CAN que os atletas lutam até a exaustão. Dão o máximo, mas a compensação é zero. São jogadores profissionais. Têm famílias e compromissos por honrar. É importante que estejam serenos, sem qualquer preocupação e imbuídos do mesmo espírito. Os problemas devem ser resolvidos o quanto antes”, explicou.
Filipe Cruz realçou que apesar das contrariedades o grupo pretende alcançar outros voos. E na sua opinião, só será possível com melhores condições de trabalho, jogos de controlo de elevado grau de dificuldade e adversários de qualidade.
“O local de um eventual estágio pré-competitivo também é importante. Ainda que tenhamos as melhores condições, não temos garantia de sucesso. É subjectivo. Curiosamente, das vezes em que fizemos uma preparação no país obtivemos os melhores resultados, em comparação com as edições em que saímos. O mesmo aconteceu nos Jogos Olímpicos Rio'2016, com a selecção feminina”, destacou.
Por outro lado, o treinador dos “Guerreiros” diz que há inexistência de condições de trabalho em Luanda, por não haver possibilidade de fazer jogos de controlo, tendo acrescentado que o ideal é projectar a prova continental fora de portas, embora reconheça as dificuldades do órgão reitor da modalidade.
“A Federação tem muitas preocupações nesta fase. Em Dezembro, as Pérolas disputam o Mundial do Japão, e logo a seguir nós entramos em cena. Duas competições em meses seguidos, exige maior capacidade organizativa”.
Em relação ao sorteio realizado no sábado, com Angola a figurar no Grupo B, ao lado do Gabão, Nigéria e Líbia, Filipe Cruz disse parecer teoricamente uma série fácil, mas a experiência nestas lides obriga-o a pensar de forma diferente.
Para o seleccionador, respeitar os adversários, por também trabalharem, é a melhor opção.
Solicitado a avaliar os opositores da fase preliminar, o técnico esclareceu: “na edição passada o Gabão jogou em casa. Não disputou os Jogos Africanos, seguramente deve ter evoluído. A Nigéria falhou o CAN anterior, mas esteve em Marrocos (Jogos Africanos). Portanto, temos uma ideia de como vão apresentar-se. Sobre a Líbia pouco ou nada tenho a dizer, pois esteve ausente no campeonato de 2018. Vamos aguardar. Queremos vencer todos os jogos da primeira fase, de modo a ocupar o primeiro lugar do grupo e cruzar com adversários teoricamente mais acessíveis na etapa seguinte”.
O Egipto (vice-campeão) está inserido no Grupo A, ao lado do Congo Democrático, Guiné Conacri e Quénia. A Tunísia (campeã) integra o C, com os Camarões, Costa do Marfim e Cabo Verde. Marrocos, Argélia, Congo, Senegal e Zâmbia completam o D.
O Africano da Tunísia qualifica directamente o vencedor para os Jogos Olímpicos de Tóquio’2020, e os três primeiros classificados apuramse para o Campeonato do Mundo do Egipto, em 2021.
Contrariamente ao noticiado, após a disputa da fase preliminar, as quatro selecções de cada série jogam os oitavos-de-final.
Segundo o técnico, de nada vale ter uma preparação à dimensão do evento que a Tunísia acolhe em Janeiro de 2020, se ainda existirem questões delicadas por resolver