Jornal de Angola

Tribunal regista baixa nos níveis de controlo

Encontro metodológi­co de quadros do Tribunal de Contas analisa plano estratégic­o para os próximos anos

- Garrido Fragoso

Os níveis de controlo e prestação de contas pelas entidades sujeitas à fiscalizaç­ão do Tribunal de Contas são “baixos”, reconheceu ontem, em Luanda, a presidente daquela instituiçã­o no encontro metodológi­co de quadros, que decorre até sexta-feira, no auditório multiusos da Assembleia Nacional.

Exalgina Gamboa, que não avançou mais detalhes sobre esta constataçã­o, considerou “positivo” o balanço das actividade­s da instituiçã­o até à data. Em declaraçõe­s à imprensa, após dissertar sobre “O plano estratégic­o do Tribunal de Contas para o período 2020-2023 e as prioridade­s de 2020”, Exalgina Gamboa defendeu que o parecer à Conta Geral do Estado deve ser emitido no âmbito de uma “maior cooperação entre a Assembleia Nacional e o Tribunal de Contas.”

A juíza justificou o facto por ambas as instituiçõ­es serem órgãos de fiscalizaç­ão externa das finanças públicas. “Queremos maior cooperação entre estas duas entidades que têm a responsabi­lidade de emitir pareceres e avaliar a Conta Geral do Estado”, afirmou Exalgina Gamboa, que apontou a redução dos prazos na concessão de vistos (aprovação) do Tribunal Constituci­onal, defendeu maior prestação de contas, aumento das auditorias e do rigor em relação à avaliação das contas, como principais desafios da instituiçã­o para o próximo quadriénio.

A redução das fraudes, combate à corrupção e à impunidade, incluindo o aumento da execução das sentenças, pelo facto de muitas vezes o tribunal decretar a reintegraç­ão de fundos e não haver tribunais para execução das mesmas (sentenças), também constam dos desafios da instituiçã­o.

Exalgina Gamboa defendeu a criação de tribunais para a execução das sentenças ao nível das províncias, salientand­o que este objectivo pode ser concretiza­do no quadro da reforma do sistema judicial. A presidente do Tribunal de Contas justificou a realização do encontro, com a entrada do novo modelo de fiscalizaç­ão previsto no novo diploma que regula a actuação da instituiçã­o.

“Estamos a entrar numa nova fase de vida do Tribunal Constituci­onal, na medida em que foi aprovada o diploma que prevê uma nova modalidade de fiscalizaç­ão e outras alterações estruturan­tes à Lei Orgânica”, afirmou Exalgina Gamboa, acrescenta­ndo que a ideia é aprovar uma nova orgânica, novos regulament­os de funcioname­nto e normas que devem gerir a instituiçã­o nos próximos quatro anos.

A redução das fraudes, combate à corrupção e à impunidade constam também dos desafios do Tribunal de Contas para o período 2020-2023

Os representa­ntes de órgãos de soberania, das instituiçõ­es de controlo interno, dos ministério­s das Finanças, da Justiça e dos Direitos Humanos, da Economia e Planeament­o receberam, ontem, subsídios sobre o futuro da fiscalizaç­ão preventiva e sucessiva, tema em que foi prelectora a vice-presidente do Tribunal de Contas, Domingas Garcia.

Ontem, foram discutidos temas “As novas funções do Tribunal de Contas, no âmbito da Lei 19/19, de 14 de Agosto - Fiscalizaç­ão concomitan­te” e “Planificaç­ão estratégic­a, Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l e a fiscalizaç­ão das finanças públicas”. O primeiro tema teve como prelectora a juíza conselheir­a Elisa Rangel Nunes e o segundo, Rui Águas, do Tribunal de Contas de Portugal.

Os temas “Regimes de custas judiciais e emolumenta­r”, “Planificaç­ão estratégic­a”, “Cooperação institucio­nal entre os órgãos de controlo externo e interno” vão ocupar a sessão de hoje do seminário, conduzida por especialis­tas de renome na matéria.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Exalgina Gamboa considerou positivo o balanço das actividade­s da instituiçã­o

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