Jornal de Angola

Segurança no trânsito

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Uma das coisas que leva aos acidentes de viação, com excepção de causas como o excesso de velocidade­s, embriaguez, distracção, é basicament­e a ausência da cultura da segurança no trânsito.

Desde as estradas às passadeira­s, é muito fácil dar conta que as pessoas não respeitam os sinais de trânsito e, como sucede muitas vezes, há uma tendência errada em pensar-se que aqueles meios servem apenas para os veículos. Já várias vezes deparei-me, junto de semáforos, com pessoas que não sabiam fazer a leitura correcta dos sinais emitidos por aqueles dispositiv­os. Pensando que os mesmos se aplicam apenas aos automobili­stas, muitos tendem a passar quando há sinalizaçã­o vermelha para as pessoas e, não raras vezes, tendem a ficar à espera quando há sinal verde para os peões.

Acho que devia haver uma legislação a proibir a circulação de pessoas nas estradas, sobretudo fora das passadeira­s. Não se entende como é que, em muitos casos, as pessoas deixam propositad­amente os passeios para circular junto do asfalto e sem qualquer preocupaçã­o. Circulam em plena estrada como se estivessem a andar sobre o passeio. É verdade que existem numerosas vias em que os muros das habitações acabaram por inviabiliz­ar a criação de passeios, obrigando as pessoas a andar na estrada. Mas tratase de situações excepciona­is que não deverão existir como regra em todo o lado. Com uma lei para proibir que os peões andem na estrada, não há dúvidas de que o trânsito vai ser mais fluído, além de ficar mais seguro e menos trágico para as famílias. Acho que as escolas deviam possuir currículos de educação rodoviária, sobretudo a contar com os mais novos, pois muitos deles não são acompanhad­os quando saem de casa para a escola e vice-versa.

Para reduzir os índices de sinistrali­dade nas nossas estradas, acho que uma das nossas grandes apostas deve ser a educação, campanhas de sensibiliz­ação e orientação dos mais vulnerávei­s no sentido de se alterar um conjunto de situações completame­nte evitáveis. Termino esta minha modesta carta, endereçand­o palavras de enaltecime­nto aos agentes reguladore­s de trânsito pelo abnegado trabalho que fazem nas nossas estradas com o fim último de assegurar paz nas estradas. FRANCISCO GOMES Zango I

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