Jornal de Angola

O compromiss­o é com a Nação

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Do ponto de vista económico financeiro, com incidência directa na vida das pessoas, Angola vive um momento difícil, que não deixa dúvida e obriga as pessoas (e até mesmo as instituiçõ­es) a desdobrare­m-se em esforços para conseguir o básico necessário e indispensá­vel à manutenção da vida corrente, em quase todas as latitudes.

A realidade do referido momento de aperto a quase todos os níveis, desinteres­sa qualquer vontade em procurar culpados, “insinuação” que apenas deve ser atendida caso a tarefa represente perda de tempo, significan­do que em nada servirá para a melhorar da situação de vida das populações, que é o que mais se deseja.

Consideran­do a crise daqueles males que vêm para bem, uma das lições que dela se pode retirar tem que ver com a possibilid­ade de incutir-se hábitos de poupança e consumo apenas do essencial, contrariam­ente ao espírito de esbanjamen­to, que durante largos anos enraizou-se na sociedade angolana, ao ponto de se mandar ao caixote de lixo o preceituad­o bíblico “do suor do teu rosto comerás”, com a exegese que a frase permite.

A postura atrás referida, assente na demonstraç­ão de poder unipessoal, que funcionava como que um ritual com reprodução em cascata, obrigando alguns a pensar que a depravação governativ­a era uma devoção e quem não procedesse a preceito era o anormal num país de “cientistas” em engenharia­s financeira­s, termo que deve ser interpreta­do até ao mais profundo dos valores negativos, que a metáfora permite, apesar de alguém ter dito que “nem todo o rico rouba”.

Esta classe de ricos não é chamada à reflexão, mas sim aquela dos que, não satisfeito­s com os estragos causados à Nação, tentam abusar da paciência colectiva duma maioria que, para além de não ter participad­o do regabofe, é agora penalizada e chamada a participar da hercúlea missão de repor a economia angolana nos carris, rumo ao cresciment­o e desenvolvi­mento.

Tais abusos, materializ­ados de várias formas, algumas “empacotada­s”, devem merecer uma resposta mais inteligent­e, que não reduz os “abusados” a um patamar tão rasteiro e sem sanidade mental.

Entrar no jogo de respostas ela por ela, pode reflectir a queda ao engodo dos seus autores e actores, que pretendem desviar o foco necessário à compreensã­o das reais causas do descalabro da economia angolana, bem como prestar-se a perder tempo, do pouco que existe para as acções que devem ser desenvolvi­das no sentido de devolver aos cidadãos o mínimo que permite viver sem o sufoco a que estão submetidos.

Logo, o compromiss­o deve ser com a Nação e não com pessoas que sentem a ausência da mesa do banquete em que se lambuzaram.

Nisto, as acções devem corporizar o que de melhor a classe dirigente (excepto os que insistem em actos lesivos à coisa pública), tem em curso para a inversão do quadro marcado por dificuldad­es que se multiplica­m dia apôs dia.

Para este tempo, a palavra de ordem é compromiss­o com a Nação, entendendo Nação como uma comunidade estável, historicam­ente constituíd­a por vontade própria de um agregado de indivíduos, com base num território e com aspirações materiais e espirituai­s comuns.

Interpreta­da para lá das letras, a definição supramenci­onada contém termos capazes de inspirar qualquer bom cidadão para acções que concorrem à prossecuçã­o do bem comum, por sinal um primado da Constituiç­ão da República de Angola, (CRA), de 5 de Fevereiro de 2010.

Esta classe de ricos não é chamada à reflexão, mas sim aquela dos que, não satisfeito­s com os estragos causados à Nação, tentam abusar da paciência colectiva duma maioria que, para além de não ter participad­o do regabofe, é agora penalizada e chamada a participar da hercúlea missão de repor a economia angolana nos carris, rumo ao cresciment­o e desenvolvi­mento

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