África e Rússia estabelecem novas linhas de cooperação
Encontro histórico em Sochi reforça a parceria entre os líderes africanos e uma das potências económicas e políticas do mundo
Os líderes africanos, entre eles o Presidente João Lourenço, vão selar hoje, com a Rússia, em Sochi, um compromisso para definir as novas linhas de cooperação, tendo em vista o desenvolvimento de projectos conjuntos para acelerar o crescimento económico do continente. A “Declaração de Sochi” está a ser aguardada com grande expectativa, em função dos debates iniciados ontem no Fórum Económico Rússia-África, com a participação de cerca de 50 Chefes de Estado e de Governo dos países africanos, do anfitrião, Vladmir Putin, e de vários líderes de empresas de renome mundial, instituições financeiras e de seguro.
Os líderes africanos vão selar hoje, com a Rússia, em Sochi, um compromisso para definir as novas linhas de cooperação, tendo em vista o desenvolvimento de projectos conjuntos para acelerar o crescimento económico de África.
A “Declaração de Sochi” está a ser aguardada com muita expectativa, em função dos debates, iniciados ontem, no Fórum Económico Rússia-África, com a participação de cerca de 50 Chefes de Estado e de Governo dos países africanos, do anfitrião, Vladmir Putin, e de vários líderes de empresas de renome mundial, instituições financeiras e de seguro.
Ontem, a Cimeira iniciou com uma promessa do Presidente Vladmir Putin: a Rússia vai ampliar as representações comerciais no continente, para aproveitar as vantagens da instalação da zona de comércio livre continental, e aliviar o peso da dívida aos países africanos mais vulneráveis.
No discurso de abertura da Cimeira e, ao mesmo tempo do Fórum Económico, o Presidente russo lembrou que o comércio entre o seu país e África mais que duplicou nos últimos anos e ultrapassou os 20 mil milhões de dólares (mais de 40 por cento relacionado com o Egipto).
Dirigindo-se aos cerca de 50 Chefes de Estados e de Governo, além de líderes e representantes de companhias de renome mundial, o Presidente russo sublinhou que há um enorme potencial para crescimento e diversificação com outros Estados africanos.
Um dos factores para o optimismo do Presidente Vladmir Putin é a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto do continente africano que, segundo dados avançados no primeiro dia do Fórum, deve atingir os 29 triliões de dólares até 2050. “Hoje exportamos mais alimentos do que armas e estamos abertos a projectos conjuntos de investimento”, disse o Presidente Putin, muito aplaudido pelos homólogos e pelos homens de negócios que lotaram a sala, no centro de conferências do Parque Olímpico de Sochi.
Para mostrar o engajamento russo no desenvolvimento de África, Vladmir Putin disse que a Rússia já perdoou mais de 20 milhões de dólares de alguns países. A estratégia é fazer com que o dinheiro poupado sirva para financiar o aumento, a melhoria da qualidade dos produtos nacionais e acelerar o crescimento económico.
Outra área activa que o Presidente russo pretende reforçar o intercâmbio é a de pesquisa na área das doenças infecciosas. A Rússia tem instalado na Guiné um centro de pesquisa que trabalha no desenvolvimento da vacina contra o ébola. “A Rússia foi dos primeiros países a reagir contra o ébola e concedeu, para combater este mal, mais de 60 milhões de dólares”, afirmou Vladmir
Putin, para lembrar, igualmente, a aposta do seu país na formação de quadros africanos nas várias áreas, desde os anos 1990.
“Um grande saldo adiante”
Depois de elogiar o Presidente russo por reunir, no mesmo espaço, 50 Chefes de Estado e de Governo ou seus representantes, além de líderes de empresas de vários sectores, o Presidente egípcio e da União Africana, Abdel Fattah AlSisi, considerou o fórum, que termina hoje, um “grande salto em frente” para se encontrarem as melhores vias para acelerar a industrialização e o crescimento económico dos países africanos.
Em nome dos homólogos africanos, Abdel Fattah AlSisi falou dos desafios do continente e do que espera da cooperação futura com a Rússia, que já tem vários projectos de desenvolvimento com o seu país, com destaque para a industrialização. “Pretendemos desenvolver as infraestruturas, apoiar a integração continental e investir no factor humano”, disse o Chefe de Estado egípcio que, com o homólogo russo, co-presidem o Fórum Económico Rússia-África.
Abdel Fattah Al-Sisi pediu aposta “séria” na juventude africana, que representa mais de 60 por cento da população do continente, no reforço do poder das mulheres e na digitalização da economia. “Estes são factores que podem impulsionar o desenvolvimento económico”, sublinhou, para acrescentar que o continente está a entrar numa nova fase com o alargamento do mercado africano.
O líder da União Africana pediu aos presentes para desfazerem a ideia de que o continente é apenas matéria-prima e recursos agrícolas, “mas, também, um rápido crescimento populacional, além de enormes oportunidades ainda inexploradas de industrialização, electrificação e desenvolvimento da logística”. Por isso, do alto da tribuna, lançou um apelo às instituições financeiras internacionais para que “ampliem as contribuições e concedam mais créditos, para acelerar o crescimento e alcançar as metas de desenvolvimento sustentável”.
Um dos factores para o optimismo do Presidente Vladmir Putin é a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto do continente africano que, segundo dados avançados no primeiro dia do Fórum, deve atingir os 29 triliões de dólares até 2050.