Jornal de Angola

Cidadãos incentivad­os a registar participaç­ão

- Edna Dala

A secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário, incentivou, ontem, em Luanda, os cidadãos vítimas de agressões e torturas resultante­s da actuação de agentes dos órgãos de Defesa e Segurança a apresentar­em queixa/participaç­ão às instituiçõ­es do Estado afins.

Ana Celeste, que falava à imprensa durante o debate público sobre o relatório de Angola sobre o III Ciclo de Avaliação Periódica Universal, afirmou que “é bom quando os cidadãos lesados apresentam queixa ou participaç­ão às instituiçõ­es afins, pois significa que o sistema está a funcionar.”

A secretária de Estado, que respondia a jornalista­s sobre a carta remetida à Procurador­ia-Geral da República (PGR) por cidadãos que alegam terem sido violentado­s por agentes da Polícia Nacional durante uma manifestaç­ão recente em Luanda, disse que o Estado, do mesmo modo que reconhece a garantia dos direitos humanos do ponto de vista da lei, também tem medidas que pode tomar quando pretender evitar que haja violação dos direitos fundamenta­is.

Ana Celeste Januário indicou que mais de mil agentes de órgãos de Defesa e Segurança foram responsabi­lizados criminalme­nte por violação de direitos de cidadãos e práticas de injustiça no período de 2014 a 2018. Ana Celeste indicou que os agentes foram responsabi­lizados por actos já julgados e condenados.

Do número avançado, disse, alguns foram despromovi­dos e expulsos dos órgãos de Defesa e Segurança. A secretária de Estado lembrou que “é para isso que lutamos, para que se faça justiça sempre que houver um acto menos bom e a violação de direitos e injustiça.”

A responsáve­l reconheceu que foram verificado­s casos e incidentes, alguns deles graves e consecutiv­os, mas nalguns casos sem uma orientação ou mandato institucio­nal para que um agente actuasse à margem da lei.

Ana Celeste Januário admitiu que os actos podem até ocorrer, mas tem de haver responsabi­lização quando violam a lei. O problema, disse, é quando acontecem incidentes e ninguém faz alguma coisa, porque “em todo o mundo acontecem incidentes, mas quando acontecem deve haver responsabi­lização.”

Reconhecim­ento

O representa­nte residente interino do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento em Angola, Henrik Larsen, destacou no encontro que Angola é um dos países que mais cumpre com as suas obrigações a nível africano em matéria de direitos humanos.

O relatório sobre o III Ciclo de Avaliação foi apresentad­o pela directora nacional para os Direitos Humanos e Cidadania, Luísa Buta.

O representa­nte do Grupo de Trabalho de Monitoria dos Direitos Humanos, Verónica Sapalo, disse que o país ainda está num processo de abertura política que pode facilitar a garantia dos direitos humanos.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretária de Estado falou dos desafios do Executivo

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