Direcção da FNLA assina acordo com contestatários
A FNLA marcou, para amanhã, numa das unidades hoteleiras de Luanda, a assinatura do “Pacto de unidade, reconciliação e coesão interna do partido”.
Para a direcção da FNLA, o 25 de Outubro de 2019 pode entrar para a história como a data para a definitiva reunificação do partido fundado por Álvaro Holden Roberto.
O acordo deve ser assinado pela direcção de Lucas Ngonda e por alas contestatárias, designadamente o conhecido “G6”, em que se destaca Miguel Pinto, antigo secretário para a Informação, e o grupo de Carlito Roberto, filho do fundador do partido.
O secretário para a Informação da FNLA, Jerónimo Makana, acredita que, desta vez, a reconciliação no partido vai ser um facto, porque foi tratado tudo ao pormenor. “As conversações decorrem desde Maio e tratámos dos detalhes em conjunto”, disse.
Mas, muitas dúvidas são levantadas sobre a eficácia deste acordo, se se tiver em atenção o facto de estarem de fora as alas de Ngola Kabangu e Nimi a Simbi e de Fernando Pedro Gomes, que reclama para si a liderança do partido, pelo facto de ter sido eleito num congresso que organizou em Junho do ano passado, em Luanda.
O docente universitário João Soki, da ala de Kabangu e Nimi a Simbi, disse, terçafeira, em conferência de imprensa, que o seu grupo decidiu abandonar as negociações porque Lucas Ngonda recusou, liminarmente, a proposta de protocolo de entendimento apresentada pelo seu grupo. Na referida proposta, a ala de Kabangu sugere, entre outros pontos, que haja um período de transição de seis meses e que se constitua uma comissão preparatória de um congresso de reunificação que seria por si coordenada.
Fernando Gomes, que nem sequer participou nas negociações, considerou “uma encenação de aventureiros” o acordo a ser assinado amanhã. Para o também docente universitário, Ngonda estaria a forçar um acordo consigo próprio, pois nem todas as partes estarão presentes.