Jornal de Angola

Presidente e Governo garantem tranquilid­ade

A um mês das eleições, a Guiné-Bissau vive um período de grande agitação com ameaças à tranquilid­ade pública que o Presidente José Mário Vaz e o Governo dizem ser “inviolável”

-

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, face à denúncia de uma tentativa de golpe de Estado, feita pelo Primeiro-Ministro Aristides Gomes, decidiu cancelar a agenda nos últimos dois dias e assegurou que as forças de defesa e segurança vão garantir a estabilida­de no país, acrescenta­ndo que qualquer perturbaçã­o da “ordem vigente” é da responsabi­lidade do Governo.

“Num momento em que alguns personagen­s da cena política parecem ter perdido a força da razão e das ideias e se preparam para agir de forma menos democrátic­a, o Chefe de Estado assegura aos guineenses que as Forças Armadas e de Segurança saberão estar à altura da situação e assegurarã­o a estabilida­de, a paz e a tranquilid­ade dos guineenses que conquistám­os nos últimos cinco anos”, refere José Mário Vaz, num comunicado divulgado à imprensa, na terçafeira. Na nota, o Chefe de Estado reitera o compromiss­o em “defender a Constituiç­ão e as leis, a independên­cia e a unidade nacionais, cumprindo com total fidelidade os deveres” da função para que foi eleito.

“Perante o avolumar de casos e situações que contribuem perigosame­nte para a ruptura da paz social, o Governo deve assumir a responsabi­lidade plena pelos seus actos e pela forma fracturant­e como vem conduzindo matérias tão sensíveis e determinan­tes para o futuro do nosso país”, salientou José Mário Vaz. O Presidente referia-se à questão das correcções dos cadernos eleitorais, que tem sido fortemente criticada pela oposição, mesmo depois de o PrimeiroMi­nistro já ter explicado que só serão incluídas se a plenária da Comissão Nacional de Eleições, na qual estão representa­dos os candidatos às eleições presidenci­ais, concordar.

O assunto também já foi abordado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise na Guiné-Bissau, e por uma missão conjunta internacio­nal, que recomendou a utilização nas eleições presidenci­ais dos cadernos eleitorais nas legislativ­as de Março passado, salvo consenso político de todos os intervenie­ntes e por escrito.

Ainda sobre a actualizaç­ão dos cadernos eleitorais e relembrand­o as recomendaç­ões da CEDEAO, o Presidente guineense insistiu que é “fundamenta­l o respeito daquele princípio para que o processo eleitoral seja transparen­te e bem de todos os guineenses”.

“Também a forma como se procedeu ao sorteio do posicionam­ento dos candidatos no boletim de voto não contribui para a desejada transparên­cia do processo eleitoral”, sublinhou.

O ministro da Presidênci­a do Conselho de Ministros da Guiné-Bissau, Armando Mango, afirmou, terça-feira, que há tranquilid­ade total no país e que tudo será feito para que as eleições presidenci­ais tenham lugar no dia 24 de Novembro. Armando Mango deu estas indicações aos jornalista­s à saída de uma reunião em que participar­am os ministros da Defesa, Luís Melo, da Administra­ção Territoria­l, Odete Semedo, e o secretário de Estado da Ordem Pública, Mário Saegh, além do representa­nte da CEDEAO na Guiné-Bissau, Blaise Diplo.

O ministro Armando Mango, que é também o porta-voz do Governo, disse que as forças de segurança do foram alertadas sobre a pretensão de “algumas pessoas em organizar manifestaç­ões de rua e iriam culminar em actos de vandalismo, inclusive queimas de pneus”. “As forças de segurança fizeram o seu trabalho, assegurand­o toda a instituiçã­o do Estado. Podemos garantir ao povo da Guiné-Bissau que pode ficar sereno. O Estado está a fazer o seu trabalho”, defendeu.

O responsáve­l indicou que o Governo “tem total controlo da situação” e que tem estado a informar os parceiros nacionais e internacio­nais sobre o que se passa no país, com a garantia de que nada poderá pôr em causa a realização das eleições presidenci­ais no dia 24 de Novembro.

Armando Mango, que formalment­e substitui o Primeiro-Ministro, Aristides Gomes, em visita privada ao Senegal, elogiou o comportame­nto das Forças Armadas por se terem mantido longe das querelas entre os políticos. “As Forças Armadas sempre disseram que estão nas casernas e reafirmara­m essa postura”, declarou o porta-voz do Executivo guineense.

 ?? DR ?? Chefe de Estado guineense diz que as Forças de Defesa e Segurança estão em prontidão
DR Chefe de Estado guineense diz que as Forças de Defesa e Segurança estão em prontidão

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola