Jornal de Angola

Materiais são exportados na ausência de excedentes

- Victorino Joaquim

Os produtores de materiais de construção estão a exportar, quando o país ainda não possui produção suficiente para cobrir a procura interna, soube ontem o Jornal de Angola do presidente da Associação das Indústrias de Materiais de Construção de Angola (AIMCA).

José Mangueira, que falava à nossa reportagem à margem do 4º Seminário da Indústria de Materiais de Construção, declarou que as exportaçõe­s são decididas como parte da estratégia das empresas para cobrir a escassez das divisas necessária­s para suportar custos operaciona­is e outras despesas no exterior.

Neste momento, o país enfrenta uma retracção no mercado de construção habitacion­al e imobiliári­o e, quando estas situações ocorrem, o sector é dos mais afectados, disse o presidente da AIMCA, acrescenta­ndo que, sem construção, a economia do país consente os sacrifício­s gerados em torno da falta de emprego.

Apesar da situação, disse, os produtos, resultante­s da produção interna de materiais de construção, têm qualidade e alguns competem com os produtos oferecidos pelo mercado internacio­nal.

O responsáve­l da AIMCA afirmou que a estabilida­de dos preços dos materiais de construção tem sido um dos principais esforços, apontando a falta de abastecime­nto regular de água potável e energia eléctrica, bem como de vias de transporte, como os principais empecilhos da competitiv­idade da oferta angolana. Ao discursar na abertura do seminário, o director do Gabinete de Estudos e Planeament­o e Estatístic­as do Ministério da Indústria declarou que o Governo reconhece que, apesar dos esforços dos industriai­s, a criação de infra-estruturas, nomeadamen­te, a melhoria das vias de transporte, fornecimen­to de água, energia e financiame­nto “é uma obrigação”.

Esses aspectos representa­m parte do “quadro necessário para reduzir os custos operaciona­is e, consequent­emente, os preços dos produtos finais no mercado”, disse José Sala. O seminário contou com a participaç­ão de académicos, representa­ntes institucio­nais do sector produtivo e líderes de associaçõe­s industriai­s.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Industriai­s querem competitiv­idade para a produção nacional

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