Jornal de Angola

Tribunal Militar adia sessão para terça-feira

- André da Costa

O Supremo Tribunal Militar adiou, para a próxima terçafeira, a fase das acareações previstas para ontem, no conhecido caso Massota, em função da não conclusão da audição da declarante Angelina Alfredo, mãe das agentes Elizandra Tomás e Márcia Crispim, ambas arroladas no processo.

No início do julgamento, presidido pelo juiz tenente general Domingos Salvador, o advogado de defesa do comissário Francisco Massota, que está a ser acusado de 30 crimes de burla por defraudacã­o, conduta indecorosa e abuso no exercício do cargo, Cândido de Brito, defendeu a conclusão da audição da declarante Angelina Alfredo, interrompi­da numa das sessões de julgamento por se ter sentido mal, tendo sido evacuada de emergência para a Clínica do Exército.

Cândido de Brito disse, em tribunal, que tinha informaçõe­s da parte do chefe das consultas externas da Clínica do Exército, capitão Nelson, que davam conta de que a declarante fez somente uma consulta naquela unidade sanitária e não mais voltou.

O advogado acredita que a declarante Angelina Alfredo melhorou o seu estado de saúde e, por isso, devia concluir as declaraçõe­s feitas antes que, considera ser importante­s para a descoberta da verdade material.

Em resposta, o juiz Domingos Salvador consultou o representa­nte do Ministério Público, general Filomeno Octávio, que disse que se a declarante estivesse bem de saúde devia terminar de prestar declaraçõe­s em tribunal.

O juiz da causa, depois de ouvir os advogados de defesa dos réus, decidiu criar uma comissão composta por um oficial de diligência­s e um secretário judicial, para averiguare­m o estado de saúde de Angelina Alfredo.

A comissão começou ontem a trabalhar, tendose deslocado até à residência de Angelina Alfredo e, posteriorm­ente, deslocar-seá à Clínica do Exército no sentido de apurar o estado de saúde da declarante.

Para além do comissário Francisco Massota, estão a ser julgados além do intendente Veloso Moisés, as agentes Elizandra Tomás e Márcia Crispim e os subinspect­ores Belchior Kussendala e Elsa Manuel, todos acusados de conduta indecorosa e burla por defraudaçã­o.

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