Casas destinadas a jovens são ilegalmente ocupadas
A maior preocupação está no bairro da Camama 3, onde estão 140 moradias inacabadas todas ocupadas ilegalmente
O Ministério da Juventude e Desportos denunciou, ontem, em Luanda, que 500 moradias para jovens, construídas em várias províncias, foram vandalizadas e, algumas, ocupadas ilegalmente.
A denúncia foi feita pela directora nacional de Infraestruturas do Ministério da Juventude e Desportos, Liseth Fernandes, quando falava à comunicação social no final de uma visita do secretário de Estado para a Juventude, Fernando Francisco João, a projectos habitacionais do Estado nos municípios de Viana e de Belas, onde se encontram algumas das casas vandalizadas e ocupadas ilegalmente.
O Ministério da Juventude e Desportos decidiu retirar os invasores de moradias para jovens de forma pacífica e com a colaboração das administrações municipais e da Polícia Nacional, mas “a tarefa de persuasão não está a ser fácil”, admitiu Liseth Fernandes, que disse não ser intenção do departamento ministerial a retirada dos invasores à força.
“Medidas já estão a ser tomadas para que os invasores abandonem as habitações”, acentuou a directora nacional de Infra-estruturas do Ministério da Juventude e Desportos, que disse estarem “os verdadeiros donos das habitações” a amortizar, há já algum tempo, o crédito à habitação concedido por bancos comerciais.
Os beneficiários das habitações são jovens e “estão bem identificados”, informou a engenheira Liseth Fernandes, sublinhando que “a retirada dos invasores vai fazer com que os verdadeiros proprietários tenham de volta as suas casas”.
No Zango 4, junto ao Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão (SIAC), foram construídas 100 casas e destas 15 estão ocupadas ilegalmente, encontrandose na mesma situação cinco moradias do projecto Luanda Limpa, também localizado no Zango 4.
A maior preocupação do Ministério da Juventude e Desportos está no bairro Camama 3, onde estão 140 moradias inacabadas e todas ocupadas ilegalmente.
As ocupações ilegais no Camama começaram depois de o empreiteiro ter abandonado a obra por incumprimento do compromisso financeiro assumido pelo Estado, sendo esta a razão para o não acabamento, até hoje, das 140 casas destinadas a jovens da província de Luanda.
O ciclo de visitas de constatação do secretário de Estado para a Juventude começou em Luanda e vai estenderse a outras províncias, com o objectivo de constatar as condições das moradias construídas com fundos públicos e avaliar o grau de destruição das que foram vandalizadas.