Jornal de Angola

Justiça, investimen­tos, os números e os factos

- Eduardo Magalhães |*

A simples realização de uma conferênci­a internacio­nal de justiça, como a que Marraquexe acolheu há alguns dias, com o tema “Justiça e Investimen­tos”, já é sinal claro de que a preocupaçã­o com a confiança institucio­nal dos detentores do capital mundial não é exclusiva de Angola.

Qualquer país em vias de desenvolvi­mento tem como fontes fundamenta­is de investimen­tos e empréstimo­s os maiores mercados internacio­nais. E estes mercados, maduros e avessos a riscos desnecessá­rios, observam com muita atenção os locais onde colocar os valores próprios ou que administre­m, como investidor­es e governos.

“Dinheiro não suporta desaforo” é uma frase comum nos mercados. E há limites na equação, risco-recompensa a partir dos quais nenhuma remuneraçã­o é suficiente para atrair transacçõe­s num mercado inseguro.

Como bem vincou o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, no evento de Marrocos, “Não basta que um determinad­o país possua recursos naturais elevados, oportunida­des de negócio abundantes e retorno rápido de capital para garantir a atracção de investimen­to. É necessário que o investidor sinta segurança e certeza jurídica na defesa dos seus direitos e na garantia de reparação dos seus interesses ameaçados”.

A avaliação do ministro é a de que Angola “tem sofrido dos males resultante­s de um sistema de justiça com dificuldad­es de se afirmar como um verdadeiro pilar de segurança jurídica e de sustentaçã­o do investimen­to”. Mas avaliou que a governação do Presidente João Lourenço trouxe uma nova fase para o sistema de justiça com o seu compromiss­o principal de combate à corrupção e à impunidade.

A Justiça de Angola tem mais recursos, quadros e legislação. E novamente é necessário fundamenta­r em factos e números, apesar da urticária que gera nas correntes menos optimistas que preferem o conforto dos argumentos vagos.

As receitas do Cofre Geral de Justiça agora reforçam o orçamento. Os tribunais de primeira instância têm autonomia administra­tiva e orçamental garantida; são mais 130 juízes empossados e 14 novos tribunais de Comarca, mais dois tribunais de Relação em implantaçã­o. Além de 38 juízes desembarga­dores a serem logo eleitos. Aprovado o novo Código Penal, aguarda-se a votação do Código do Processo Penal; foram reestrutur­adas e dinamizada­s as Direcções Nacionais de Combate à Corrupção e a de Investigaç­ão Penal. Foi igualmente criado o Serviço Nacional de Recuperaçã­o de Activos na PGR.

Os valores e bens recuperado­s, nunca é demais repetir, são impression­antes: USD 2.3 biliões em dinheiro e USD mil milhões em património imobiliári­o do Fundo Soberano. Mais: duas fábricas de medicament­os, três fábricas têxteis de grande capacidade e dois terminais portuários; além de outros milhões de dólares e euros, biliões de kwanzas, imóveis e viaturas.

E ainda ecoa a revelação do Presidente João Lourenço no discurso sobre o Estado da Nação, de que são reivindica­dos mais USD 4,3 biliões em 45 processos.

Os resultados não são automático­s, mas estão a ser percebidos. A cada missão do Presidente ou visita de autoridade­s estrangeir­as mais e mais acordos e contratos são assinados, para atrair investimen­tos para Angola. Estamos a nos sair melhor em vários ratings internacio­nais. Na esteira dos ajustes necessário­s, as taxas de juros reduzem e mais e mais novos negócios se iniciam.

Não é um processo fácil, porque ainda há que enfrentar a cultura de que é possível enriquecer com facilidade à custa dos recursos públicos e da impunidade. Mas os números são robustos, os exemplos são sólidos e a determinaç­ão do povo angolano é firme. As previsões de melhorias sucedem-se e logo os números e factos serão sentidos por todo o país.

Os valores e bens recuperado­s, nunca é demais repetir, são impression­antes: USD 2.3 biliões em dinheiro e USD mil milhões em património imobiliári­o do Fundo Soberano. Mais: duas fábricas de medicament­os, três fábricas têxteis de grande capacidade e dois terminais portuários; além de outros milhões de dólares e euros, biliões de kwanzas, imóveis e viaturas

* Director Nacional de Comunicaçã­o Institucio­nal. A sua opinião não engaja o MCS

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