Jornal de Angola

Sondagens confirmam continuaçã­o do impasse

Para ser investido, o Congresso dos Deputados tem de votar o novo Executivo com mais de metade dos deputados (175 num total de 350) numa primeira votação ou por maioria simples numa segunda votação

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O líder do Partido Socialista Operário Espanhol, Pedro Sánchez, defendeu, ontem, que prefere um Governo da esquerda, enquanto o do Partido Popular, Pablo Casados, acredita que há um “empate técnico”, num dia em que foi publicada uma sondagem que aponta para a manutenção do bloqueio político em Espanha.

A uma semana das eleições de 10 de Novembro, Pedro Sánchez, actual Primeiro-Ministro e cabeçade-lista do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) pela quarta vez nos últimos quatro anos, renovou, ontem, em entrevista à “La Vanguardia” a vontade de liderar um Governo de esquerda.

“Sempre olhámos para a esquerda e o Unidas Podemos (extrema-esquerda) é o nosso parceiro preferido. Mas nos últimos quatro anos, em quatro ocasiões, bloquearam a formação de um Governo progressis­ta”, afirmou o secretário-geral do PSOE, que lidera as sondagens, insistindo na “afinidade das políticas sectoriais” com aquele movimento.

O líder do Partido Popular (PP, direita) e principal partido da oposição, a crescer nas sondagens, Pablo Casado, prevê um cenário de “empate técnico” e apela ao voto útil dos eleitores do Cidadãos (direita-liberal) e do Vox (extrema-direita).

Numa entrevista ao “El Mundo”, Casado acusa Sánchez de “não ter feito nada para restabelec­er a ordem” na Catalunha, porque os socialista­s “precisam” do apoio dos independen­tistas, responsabi­lizando também o Primeiro-Ministro em funções por possíveis actos de violência que ocorram nesta região de Espanha nos próximos dias, a começar já hoje, quando o Rei de Espanha visitar Barcelona.

O diário “El País” publicou ontem uma sondagem que indica a vitória do PSOE nas eleições de 10 de Novembro, mas com o partido a perder força em relação às eleições de Abril, mantendo-se a situação de bloqueio político no país.

A uma semana da nova consulta eleitoral, o estudo de opinião prevê que o partido de extrema-direita, Vox quase duplica o número de deputados no Parlamento e pode passar a ser a terceira força política nacional com 13,7 por cento dos votos, a seguir ao PSOE com 27,3 e ao PP com 21,2 por cento.

No domingo, terceiro dia da campanha eleitoral, vários cabeças-de-lista partidário­s, entre eles Pedro Sánchez, aproveitar­am para se preparar para o único e muito esperado debate eleitoral que vai ter lugar na noite de hoje na televisão.

A candidata por Barcelona do Cidadãos, o partido mais penalizado na sondagem, Inês Arrimadas, atacou o PSOE e o PP por terem governado com maioria absoluta no passado, deixando “a

Catalunha em apuros” e preparando-se agora para “fazer o mesmo”, a não ser que a sua formação também esteja no Executivo.

O candidato do Unidas Podemos, Pablo Iglesias, pediu o voto dos “socialista­s de coração”, que queiram que este movimento esteja no próximo Governo para que, segundo ele, sejam realizadas as mudanças sociais que o PSOE não fará se estiver sozinho no Executivo.

Iglesias também incluiu o PSOE entre os partidos que considera “constituci­onalistas da charanga (instrument­os de sopro) e pandeireta” e assegurou que os socialista­s, PP, Cidadãos e Vox “competem para ver quem tem a maior bandeira” de Espanha.

As eleições daqui a uma semana são as quartas nos últimos quatro anos, sem que os vários executivos investidos tenham conseguido assegurar a estabilida­de necessária para governar durante uma legislatur­a completa.

Nas últimas eleições, em 28 de Abril, o PSOE foi o partido mais votado mas longe da maioria absoluta, não tendo conseguido receber o apoio suficiente para continuar a governar, principalm­ente do Unidas Podemos com quem negociou.

O PSOE obteve nessa consulta eleitoral 123 deputados (28,68 por cento dos votos), PP 66 (16,70 por cento), Cidadãos 57 (15,86 por cento), a coligação Unidas Podemos 42 (14,31 por cento) e o Vox 24 (10,26 por cento), tendo os restantes deputados sido eleitos em listas de formações regionais, o que inclui partidos nacionalis­tas e independen­tistas.

Nas últimas eleições, em 28 de Abril, o PSOE foi o partido mais votado mas longe da maioria absoluta, não tendo conseguido receber o apoio suficiente para continuar a governar

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DR Líder do PSOE, Pedro Sánchez, manifesta vontade de liderar um Gonerno de esquerda

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