Jornal de Angola

Defendida criação de plano de alerta sobre queimadas

Joaquim Laureano realçou que o plano vai permitir prever e fazer um acompanham­ento de onde as queimadas ocorrem, sua intensidad­e e estragos, bem como mitigar os efeitos causados ao ecossistem­a

-

Um plano de monotoriza­ção e alerta sobre as queimadas a nível nacional deve ser criado para se poder mitigar os seus efeitos na alteração climática, defendeu, em Luanda, o director do Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas do Ministério do Ambiente.

Joaquim Laureano, que falava sexta-feira sobre “Queimadas e incêndios florestais”, no quadro do Seminário sobre Jornalismo e Ambiente Sustentáve­l, ressaltou que este plano vai permitir prever e fazer um acompanham­ento de onde elas ocorrem, sua intensidad­e e estragos, bem como mitigar os efeitos e arranjar medidas de recuperaçã­o dos ecossistem­as que ficarem degradados.

O responsáve­l do centro instalado no Huambo referiu que as queimadas contribuem para a destruição da cobertura vegetal, das paisagens, morte de animais e surgimento de ravinas, entre outros aspectos.

Joaquim Laureano salientou que o controlo e a monotoriza­ção podem ser usados para se ter queimas para um pasto bom, para prevenir e extinguir incêndios e saber onde elas podem ocorrer, em benefício do meio ambiente.

Para tal, avançou, vai ser proposto ao Ministério do Ambiente a implementa­ção desse plano com carácter de urgência, e esperar que seja implementa­do tão logo todas as condições estejam criadas.

Um total de 972.730 queimadas foi registado no país, durante o primeiro semestre do ano em curso, resultando na morte de três pessoas e destruição de 45 residência­s, revelou, no mês passado, uma fonte do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros. No encontro metodológi­co de prevenção, o porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, Faustino Sebastião, disse que as queimadas representa­m, nos últimos tempos, uma grande preocupaçã­o por estas representa­rem um aumento de mais 362.998 casos em relação a igual período do ano de 2018. De acordo com Faustino Sebastião, as províncias do sul e leste do país são as que registam maior número de queimadas, enquanto, na região norte, as províncias do Uíge e Malanje destacamse entre as demais.

Entre as queimadas, inclui-se os fogos considerad­os incêndios florestais, onde várias culturas ficaram dilacerada­s, afectando a fauna e a flora, disse o portavoz do SPCB, realçando que os incêndios urbanos também continuam em alta com o registo de vítimas mortais e ferimentos graves.

“Com este número, não podemos afirmar categorica­mente que, a nível de África, Angola seja um dos países com maior número de incêndios florestais, pois aquilo que frequentem­ente temos são as chamadas queimadas florestais, apesar de os números serem assustador­es”, sublinhou, na ocasião, Fasutino Sebastião adiantando que é por estas e outras razões que o SPCB vai trabalhar na vertente de mobilizaçã­o e sensibiliz­ação dos cidadãos, principalm­ente daqueles que vivem em zonas rurais, onde é registado o maior número de queimadas.

 ?? EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Dados do Serviço de Protecção Civil indicam que mais de 970 queimadas foram registadas durante o primeiro trimestre
EDIÇÕES NOVEMBRO Dados do Serviço de Protecção Civil indicam que mais de 970 queimadas foram registadas durante o primeiro trimestre

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola