Jornal de Angola

O PIIM e os gestores públicos

-

O Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM) pode vir a concretiza­r um dos grandes objectivos da governação, que é a redução consideráv­el das assimetria­s regionais, levando a todo o país melhor qualidade de vida para os cidadãos de todas as províncias.

O referido plano, estando centrado na melhoria das condições de vida das pessoas, vai requerer que a sua execução se faça de modo a que os cidadãos venham daqui a algum tempo a sentir que o que está a ser feito, no quadro do PIIM, está a repercutir-se efectiva e positivame­nte nas suas vidas.

Há a esperança de que as obras programada­s e inscritas no PIIM venham a ter boa qualidade, para que sejam duráveis e sirvam por longos anos muitos cidadãos. No passado, as más práticas na execução de obras públicas fizeram com que o dono destas, o Estado, perdesse muito dinheiro, com quase nenhum retorno em termos de sustentabi­lidade dos empreendim­entos que mandava fazer.

Pretende-se agora evitar erros do passado, mas para tanto é necessário que se mude muita coisa ao nível da fiscalizaç­ão das obras , que vai ser decisiva no processo de execução do PIIM. Que sejam as instituiçõ­es de fiscalizaç­ão tecnicamen­te competente­s a acompanhar as obras mandadas executar pelo Estado, a fim de que os dinheiros públicos que nelas estão a ser investidos resultem em desenvolvi­mento para todos os municípios do país.

Temos dito frequentem­ente que a vida começa no município. E ainda bem que o Executivo apostou na realização de obras nos municípios, as quais podem melhorar substancia­lmente as suas infra-estruturas e os seus serviços, particular­mente os que são prestados pelos sectores da Saúde e da Educação.

Foi bom saber que os sectores da Saúde e da Educação são os que mais verbas têm no PIIM, o que é uma indicação de que os governante­s pretendem que aquelas áreas essenciais para o desenvolvi­mento do país conheçam um novo rumo.

Mas não basta que haja muito dinheiro para obras. Importa que os dinheiros previstos pelo PIIM sejam bem aplicados por aqueles servidores públicos que os hão-de gerir. No passado, tivemos muito dinheiro para muitos empreendim­entos, mas o que se viu foi uma má utilização dos recursos financeiro­s, com as consequênc­ias nefastas que são conhecidas.

Que os gestores públicos, a quem for dada a responsabi­lidade de gerir recursos financeiro­s inscritos no PIIM, sejam pessoas honestas, competente­s e completame­nte dedicadas à defesa do interesse público.

Os cidadãos não querem mais servidores públicos que, em vez de se preocupare­m com o bem comum, priorizam os seus negócios, passando o seu tempo a tratar dos seus interesses particular­es, lesando o Estado e as comunidade­s.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola