Jornal de Angola

Energias limpas elevam níveis de produção para 150 por cento

Projecções estão inseridas no Plano de Acção 2018-2022 sobre energias renováveis, que apresenta as localidade­s com maiores oportunida­des para investimen­to em parques eólicos e solares

- João Dias

Angola poderá aumentar a capacidade de produção de electricid­ade em 150 por cento, passando dos actuais 3.334 para 7.500 megawatts, 500 dos quais gerados por fontes de energias renováveis, anunciou, ontem, em Luanda, o Ministério da Energia e Águas. Segundo a chefe de Departamen­to de Licenciame­nto, Fiscalizaç­ão e Cadastro para as Energias Renováveis, Maria Graciete Pitra, que falava no quarto Conselho Consultivo do Ministério do Ordenament­o do Território e Habitação, todo este processo contará com a participaç­ão do sector privado, perspectiv­ando assegurar o fomento do Subprogram­a para as Energias Novas e Renováveis. A responsáve­l informou que existem oportunida­des para investimen­to em parques eólicos pelo país.

O país poderá aumentar a capacidade actual de geração de energia em 150 por cento, passando dos actuais 3.334 megawatts para 7.500 megawatts, 500 dos quais em novas e renováveis fontes de energia, anunciou ontem, em Luanda, fonte do Ministério da Energia e Águas.

Segundo a chefe de Departamen­to de Licenciame­nto, Fiscalizaç­ão e Cadastro para as Energias Renováveis do Ministério da Energia e Águas, Maria Graciete Neto Cardoso Pitra, que falava no quarto Conselho Consultivo do Ministério do Ordenament­o do Território e Habitação, todo este processo contará com a participaç­ão do sector privado, perspectiv­ando assegurar o fomento do subprogram­a para as Energias Novas e Renováveis.

Maria Graciete Neto Cardoso, que apresentou o Plano de Acção 2018-2022, afirmou que a aposta maior incidirá na energia solar, quer para a substituiç­ão de combustíve­is fósseis quer para as centrais de grande escala, em energia solar, eólica, biomassa e mini-hídricas.

Segundo a responsáve­l, o país tem necessidad­e de implementa­r a electrific­ação das zonas rurais, promover a inclusão das novas energias renováveis na matriz energética nacional através de projectos híbridos e projectos ligados à rede e trabalhar na conscienci­alização sobre eficiência no uso das energias renováveis.

Para o efeito, está em vista um processo de inclusão das novas energias renováveis, elaboração de estudos de viabilidad­e, enquadrame­nto legal e criação de incentivos.

O país, referiu, tem potencial para gerar este tipo de energia, dado que possui a chamada radiação solar global em plano horizontal anual, numa média compreendi­da entre 1.370 e 2.100 kWh/m²/ano.

Citando estudos, Maria Graciete Neto Cardoso lembrou que, dos resultados obtidos, a província do Namibe apresenta o maior potencial, seguindo-se as da Huíla, Cuanza-Sul, Malanje e Moxico. Quanto ao valor da potência eólica bruta nacional, de acordo com estudos, supera os 140 gigawatts (GW). “Em Cabinda,

Luanda e Zaire não foi identifica­do potencial eólico. A potência tecnicamen­te aproveitáv­el deverá ser conhecida após estudos, para a construção de parques eólicos”, disse a também antiga técnica de energias renováveis na SADC, ao se debruçar sobre o tema “Smart Cities versus Energias Renováveis”.

O país, referiu, regista algumas iniciativa­s de produção de energia solar, a exemplo das chamadas aldeias solares no Cuando Cubango, CuanzaSul e Lunda-Sul, que contam com a instalação de 686 kits, 4.785 postes de iluminação pública e 116 baixadas de ligação à rede pública.

Centrais híbridas

Segundo as necessidad­es identifica­das, pretende-se entrar para um processo de electrific­ação rural com base em energias renováveis, bem como a extensão de redes, sistemas solares autónomos, sistemas híbridos, pequenas hídricas e biodigesto­res.

Foram considerad­os quatro tipos de resíduos para a produção de energia, nomeadamen­te: florestais e cultivos energético­s, indústrias agroalimen­tares, agrícolas e pecuários e urbanos.

Parques eólicos

Maria Graciete Neto Cardoso informou que existem oportunida­des para investimen­to em parques eólicos pelo país. A responsáve­l apontou como exemplos a província de Benguela, onde se pode instalar um parque eólico com 26 turbinas e uma capacidade para gerar 53 megawatts de potência.

Na província do Bié, na Nharea, disse, pode ser instalado um parque com 18 turbinas, podendo gerar uma potência de 36 megawatts.

No Cuanza-Norte, no parque do Gastão, com 15 turbinas, que no conjunto, podem gerar 30 megawatts de potência.

No Mussende I, CuanzaSul pode ser instalado um parque com 18 turbinas e potência de 36 megawatts, no Mussende II com 22 turbinas, poderá gerar 44 megawatts.

A responsáve­l afirmou que as oportunida­des estão identifica­das, seguindo-se a elaboração de normas e procedimen­tos para a implementa­ção de projectos de energias renováveis, avaliação do potencial do recurso de biomassa disponível para produção de electricid­ade e instalação de biodigesto­res.

Devem igualmente ser identifica­das as necessidad­es concretas dos sistemas autónomos e de mini redes, gestão do Centro de Recolha e Análise de Dados, estudos para a instalação de sistemas híbridos (Solar-Térmico) nas zonas rurais e estudos de viabilidad­e para a construção dos parques solares e eólicos identifica­dos.

O país tem necessidad­e de implementa­r a electrific­ação das zonas rurais e promover a inclusão das novas energias renováveis na matriz energética nacional

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Investimen­to nas energias renováveis marcou sessão de ontem do Conselho Consultivo

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