Jornal de Angola

Casos de intoxicaçã­o em análise no Namibe

- João Upale | Moçâmedes

Um total de trinta técnicos de saúde, entre gestores dos hospitais, médicos, supervisor­es, enfermeiro­s e líderes das autoridade­s tradiciona­is, dos municípios da Bibala, Camucuio, Moçâmedes, Tômbwa e Virei, participou, em Moçâmedes, província do Namibe, numa acção formativa sobre toxicologi­a, promovida pelo Centro de Investigaç­ão, Informação de Medicament­os e Toxicologi­a (Cimetox) de Malanje, em parceria com o Gabinete Provincial da Saúde local.

O chefe de Departamen­to para a Saúde Pública do Namibe, João Mundiambo, destacou a importânci­a da acção formativa, por a toxicologi­a estar relacionad­a com muitas áreas ligadas à mordedura de serpentes, envenename­nto, medicament­os e produtos agrícolas, entre várias formas de intoxicaçã­o.

O prelector da formação, o decano da Faculdade de Medicina de Malanje, André Pedro Neto, disse ao Jornal de Angola que, num esforço conjunto, as instituiçõ­es sanitárias de Malanje e Namibe pretendera­m realizar este encontro tendo como objectivo fundamenta­l descrever a conduta terapêutic­a em caso de intoxicaçã­o aguda, com foco, também, nas mordeduras por serpentes. “Da interacção com os colegas, conseguimo­s perceber que foi um contacto valioso, na medida em que trouxemos alguma matéria que vai servir de apoio no exercício da profissão e contribuir para a redução da morbi-mortalidad­e por intoxicaçõ­es agudas”, disse.

Pedro Neto, que também dirige o Centro de Investigaç­ão e Informação de Medicament­os e Toxicologi­a de Malanje, disse que o encontro visou alertar os profission­ais da Saúde na província do Namibe sobre os efeitos dos produtos químicos, conhecer as propriedad­es físico-químicas de cada um deles e ter as medidas importante­s para reverter qualquer quadro de intoxicaçã­o.

O decano lembrou que actualment­e é conhecida a existência no mundo de mais de cem milhões de produtos químicos e muitos pacientes e profission­ais da Saúde não têm a cultura de fazer a consulta de toxicologi­a.

Instado a falar sobre a expansão do Cimetox para as demais províncias, Pedro Neto entende que tudo dependerá dos recursos humanos e financeiro­s e das condições que cada Gabinete Provincial da Saúde criar.

Papel dos sobas

O formador ficou satisfeito com os níveis de absorção de conhecimen­tos, em função das intervençõ­es e contribuiç­ões apresentad­as.

Pedro Neto afirmou que foi pedida a presença das autoridade­s tradiciona­is, dado o papel que exercem nas comunidade­s. Segundo Pedro Neto, são os primeiros que entram em contacto com as vítimas de mordeduras de serpentes.

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