Presidente chileno garante que vai permanecer no cargo
O Presidente chileno, Sebastian Piñera, garantiu, ontem, que não vai demitir-se, apesar das manifestações violentas contra o regime que abalam o país há mais de duas semanas.
Em entrevista à televisão inglesa BBC, Sebastian Piñera afirmou que não se demitirá, embora tenha reconhecido ser “responsável por uma parte” dos “problemas que se acumularam nos últimos 30 anos”.
O movimento de protesto, que entrou ontem na terceira semana, apesar de já terem sido anunciadas várias medidas sociais, começou contra o aumento dopreçodobilhetedemetropolitano, tendo alargado rapidamente para uma série de outras reclamações.
“Os problemas acumularam-se nos últimos 30 anos. Sou responsável por alguns deles e assumo a responsabilidade, mas não sou o único responsável”, sublinhou Piñera.
O Chefe do Estado chileno referiu-se às “numerosas denúncias de uso excessivo de força”, garantindo que “se isso aconteceu, haverá uma investigação e uma acusação”.
Algunsactivistas,incluindo avencedoradoPrémioNobel da Paz, Rigoberta Menchu, pediram a Piñera que pusesse fim às violações “sistemáticas e graves” dos direitoshumanosnasrepressões às manifestações.
“Não haverá impunidade”, assegurou Sebastian Piñera na entrevista.
O Presidente chileno justificou a instauração do estado de emergência no país, explicando que “usou as ferramentas democráticas e constitucionais existentes (...) para restaurar a ordem pública e proteger os cidadãos”. Na primeira semana da manifestação, o Exército juntou-seàPolíciaparapatrulhar as ruas de Santiago.
Na segunda-feira, centenas de manifestantes cercaram a sede do Congresso em Santiago do Chile, para protestar contra a reforma das pensões e outras medidas anunciadas pelo Presidente, que estavam a ser debatidas no Parlamento.
Namanifestação,quereuniu cerca de 70 organizações sindicais e sociais, ouviramsepalavrasdeordem,exigindo a revisão da Constituição, reforma do sistema de pensões, que acabe com as empresasprivadasqueadministram fundos de reformas ou habitação digna e uma reforma tributária.