Dança tradicional tchianda “invade” periferia paulista
O ritmo contagiante e cadenciado das danças angolanas, com destaque para a tchianda, foram apresentadas, ontem, pelo coreógrafo Inocêncio de Oliveira, no final de uma visita ao Centro de Educação Unificado (CEU), duas escolas na comunidade de Heliópolis, Sul de São Paulo, no Brasil.
A divulgação da cultura lunda-cokwe, maioritariamente localizada no território das Lundas Norte e Sul, serviu, ainda, para mostrar os traços mais marcantes desta cultura.
Em aproximadamente 40 minutos, professores e alunos das comunidades periféricas de Heliópolis, viram uma performance de ritmos contagiantes do folclore angolano, no qual também estiveram em evidência a kizomba e o kuduro.
Num momento de muita emoção e interacção, os criadores angolanos falaram ao público brasileiro sobre as experiências artísticas.
O momento, resultante do programa de intercâmbio cultural entre a associação angolana Globo Dikulo e o projecto brasileiro Raízes, teve grande impacto entre as crianças, que tiveram contacto directo, pela primeira vez, com a cultura angolana.
Programas
Durante a visita, os professores angolanos tiveram contacto directo com a realidade de projectos comunitários desenvolvidos nas comunidades paulistas, assim como várias informações sobre o funcionamento das duas escolas do CEU.
Para a professora de Associativismo da associação angolana Globo Dikulo, Gloria Silva, participar deste projecto é uma conquista e um passo na criação de uma “ponte comunitária organizada” entre os dois países, que começou a ser construída em 2009.
O programa de intercâmbio entre as duas organizações culturais, esclareceu, inclui uma vertente de inclusão social dos participantes, directos ou indirectos, independentemente da condição étnica, género, credo religioso e situação sócio-económica.
Associativismo
O associativismo tem sido, durante anos, a principal “arma” na criação de “pontes culturais e artísticas” entre muitas instituições brasileiras. Uma delas é a União de Núcleos, Associações e Sociedades dos Moradores de Heliópolis e São José Climaco, criada, em 1990, com intuito de contribuir mais na melhoria de vida e formação dos cidadãos, em especial os mais necessitados.
Ao longo dos anos, a organização teve um papel importante na criação de melhores condições para os membros e as pessoas carenciadas.