Mais de oito mil turistas visitam Malanje
A província de Malanje tem identificado 69 locais turísticos nos 14 municípios. Destes apenas seis recebem diariamente turistas nacionais e estrangeiros, nomeadamente, as Quedas de Calandula, Rápidos do Kwanza, Pedras Negras de Pungo-Andongo, Miradouro da Baixa de Cassanje e Quedas de Musselege
como a terra da Palanca Negra Gigante, Malanje, é por excelência, uma província turística. Dados do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos revelam que todos os anos recebe mais de oito mil turistas entre nacionais e estrangeiros.
Com um potencial invejável, possui uma diversidade de sítios turísticos inexplorados por falta de investimentos. Os municípios de Calandula, Massango, Cangandala, Cambundi Catembo, Quela, Kunda-dyaBase e Cacuso, possuem as maiores belezas naturais, que deixam qualquer amante da natureza encantado.
A aposta no turismo pode torná-lo numa solução vital para a criação de milhares de postos de trabalho e atenuar os efeitos da crise económica e financeira que o país atravessa.
Hoje, quem chega a Malanje limita-se apenas a visitar as Quedas de Calandula, uma das Sete Maravilhas de Angola, e as segundas maiores de África, com mais de 100 metros de altitude, as Pedras Negras do Pungo Andongo, em Cacuso, e os Rápidos do Kwanza, em Cangandala.
Os encantos de Malanje não se ficam apenas por estes. Existem também a mesa da
Rainha Njinga Mbande, na comuna do Cuale, as quedas dos Bem Casados, em Cambundi-Catembo, São Francisco, em Massango, Musselege, Mbango a Nzenza e Macatalando, em Calandula, bem como as cachoeiras de Kadiheke, localizadas a 10 quilómetros da sede municipal do Quela.
O soba André Quicassa explicou que “Kadiheke” é uma expressão em quimbundo usada no passado com o objectivo de impedir os colonos de conhecer as cachoeiras, que durante a guerra civil angolana também serviram de refúgio para as populações.
Malanje tem ainda outras zonas de interesse turístico como a Lagoa do Polígono, adjacente à Casa do Gaiato de Matari-a-Njinga, a localidade de Salto Cavalo, as mesas de Ngola Kiluanje, a albufeira de Capanda, vista parcial de Kabatukila, entre outros.
Nesta lista constam ainda o Parque Nacional de Cangandala, os Gaiatos e a Igreja Metodista do Quéssua, que carecem de exploração e de uma maior promoção e divulgação, para o crescimento da região.
Centenas de turistas todos os meses
O director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Fernandes Cristóvão, disse que mensalmente chegam à província de Malanje 314 turistas. Sem apontar dados, apontou os meses de Junho e Dezembro como aqueles em que se regista o maior número de turistas na província
A província, disse, prepara a realização de um diagnóstico para a actualização do Plano Director Provincial do Turismo, que deve culminar com a elaboração dos Planos directores municipais.
Fernandes Cristóvão anunciou também o licenciamento de empreendimentos turísticos, bem como a realização de acções formativas dirigida aos funcionários de empreendimentos turísticos e jovens interessados. Referiu ainda a necessidade da implementação do programa de fomento e desenvolvimento das aldeias turísticas.
Unidade hoteleiras
Até 2017, a província contava com sete hotéis, 123 pensões, 13 hospedarias e 71 unidades de restauração. Entres as unidades hoteleiras destaque para os hotéis Nginga, Portugália,
Dom Fausto, Hotel Polígono, Telma Fashiom, Mbanza Marimba, Regina I e II. Os hotéis Malanje, Olaca, em Calandula, e Restaurante, em Cacuso, estão há vários anos inoperantes.
O gerente do Hotel Regina II, Cláudio Pedro, considera que o turismo em Malanje começa a ganhar força com a visita de turistas de diversas nacionalidades. Mensalmente, sua unidade hoteleira recebe 40 turistas, um número que aumenta nos fins-de-semana prolongados. “Com o aumento de turistas, urge mais investimentos no sector”, disse.
Claúdio Pedro frisou que a primeira reclamação dos turistas tem sido o mau estado das vias de acesso aos locais turísticos, bem como a falta de uniformização dos preços nos hotéis da região.
Defendeu a necessidade de haver maior engajamento não só dos operadores hoteleiro, mas também do Executivo, que deve reabilitar as estradas para permitir melhores condições de circulação rodoviária.