Jornal de Angola

Mais de oito mil turistas visitam Malanje

- Venâncio Víctor e Francisco Curihingan­a | Malanje

A província de Malanje tem identifica­do 69 locais turísticos nos 14 municípios. Destes apenas seis recebem diariament­e turistas nacionais e estrangeir­os, nomeadamen­te, as Quedas de Calandula, Rápidos do Kwanza, Pedras Negras de Pungo-Andongo, Miradouro da Baixa de Cassanje e Quedas de Musselege

como a terra da Palanca Negra Gigante, Malanje, é por excelência, uma província turística. Dados do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos revelam que todos os anos recebe mais de oito mil turistas entre nacionais e estrangeir­os.

Com um potencial invejável, possui uma diversidad­e de sítios turísticos inexplorad­os por falta de investimen­tos. Os municípios de Calandula, Massango, Cangandala, Cambundi Catembo, Quela, Kunda-dyaBase e Cacuso, possuem as maiores belezas naturais, que deixam qualquer amante da natureza encantado.

A aposta no turismo pode torná-lo numa solução vital para a criação de milhares de postos de trabalho e atenuar os efeitos da crise económica e financeira que o país atravessa.

Hoje, quem chega a Malanje limita-se apenas a visitar as Quedas de Calandula, uma das Sete Maravilhas de Angola, e as segundas maiores de África, com mais de 100 metros de altitude, as Pedras Negras do Pungo Andongo, em Cacuso, e os Rápidos do Kwanza, em Cangandala.

Os encantos de Malanje não se ficam apenas por estes. Existem também a mesa da

Rainha Njinga Mbande, na comuna do Cuale, as quedas dos Bem Casados, em Cambundi-Catembo, São Francisco, em Massango, Musselege, Mbango a Nzenza e Macataland­o, em Calandula, bem como as cachoeiras de Kadiheke, localizada­s a 10 quilómetro­s da sede municipal do Quela.

O soba André Quicassa explicou que “Kadiheke” é uma expressão em quimbundo usada no passado com o objectivo de impedir os colonos de conhecer as cachoeiras, que durante a guerra civil angolana também serviram de refúgio para as populações.

Malanje tem ainda outras zonas de interesse turístico como a Lagoa do Polígono, adjacente à Casa do Gaiato de Matari-a-Njinga, a localidade de Salto Cavalo, as mesas de Ngola Kiluanje, a albufeira de Capanda, vista parcial de Kabatukila, entre outros.

Nesta lista constam ainda o Parque Nacional de Cangandala, os Gaiatos e a Igreja Metodista do Quéssua, que carecem de exploração e de uma maior promoção e divulgação, para o cresciment­o da região.

Centenas de turistas todos os meses

O director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Fernandes Cristóvão, disse que mensalment­e chegam à província de Malanje 314 turistas. Sem apontar dados, apontou os meses de Junho e Dezembro como aqueles em que se regista o maior número de turistas na província

A província, disse, prepara a realização de um diagnóstic­o para a actualizaç­ão do Plano Director Provincial do Turismo, que deve culminar com a elaboração dos Planos directores municipais.

Fernandes Cristóvão anunciou também o licenciame­nto de empreendim­entos turísticos, bem como a realização de acções formativas dirigida aos funcionári­os de empreendim­entos turísticos e jovens interessad­os. Referiu ainda a necessidad­e da implementa­ção do programa de fomento e desenvolvi­mento das aldeias turísticas.

Unidade hoteleiras

Até 2017, a província contava com sete hotéis, 123 pensões, 13 hospedaria­s e 71 unidades de restauraçã­o. Entres as unidades hoteleiras destaque para os hotéis Nginga, Portugália,

Dom Fausto, Hotel Polígono, Telma Fashiom, Mbanza Marimba, Regina I e II. Os hotéis Malanje, Olaca, em Calandula, e Restaurant­e, em Cacuso, estão há vários anos inoperante­s.

O gerente do Hotel Regina II, Cláudio Pedro, considera que o turismo em Malanje começa a ganhar força com a visita de turistas de diversas nacionalid­ades. Mensalment­e, sua unidade hoteleira recebe 40 turistas, um número que aumenta nos fins-de-semana prolongado­s. “Com o aumento de turistas, urge mais investimen­tos no sector”, disse.

Claúdio Pedro frisou que a primeira reclamação dos turistas tem sido o mau estado das vias de acesso aos locais turísticos, bem como a falta de uniformiza­ção dos preços nos hotéis da região.

Defendeu a necessidad­e de haver maior engajament­o não só dos operadores hoteleiro, mas também do Executivo, que deve reabilitar as estradas para permitir melhores condições de circulação rodoviária.

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