Corbyn recusa pedir desculpa pelos entraves ao ‘Brexit’
O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, recusou, terça-feira, pedir desculpas pelos entraves causados ao ‘Brexit’ e reiterou que o plano de concluir até Julho o processo se for eleito Primeiro-Ministro “não é complicado”.
“Eu não peço desculpas. Não peço desculpa pelo papel do ‘Labour’ em impedir um desastre de saída sem acordo e em resistir ao acordo de Boris Johnson. Nunca deixem que vos digam que o ‘Labour’ virou as costas às pessoas”, afirmou num comício em Harlow, no Norte de Londres.
Boris Johnson divulgou uma carta aberta ao líder da oposição a pedir-lhe que esclareça a posição do Partido Trabalhista sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
“Durante meses, recusouse a dizer que tipo de acordo deseja com a UE. Está na altura de esclarecer e explicar qual é realmente o seu projecto”, desafiou o líder conservador.
O Partido Trabalhista promete resolver o ‘Brexit’ em seis meses se vencer as eleições legislativas de 12 de Dezembro.
O primeiro passo é negociar com Bruxelas um novo acordo de saída que preveja uma união aduaneira com a UE no espaço de três meses, o qual pretende depois submeter a um referendo, com a opção de permanecer no bloco europeu.
“A sua posição atual parece ser a de que deseja voltar à estaca zero”, criticou Boris Johnson, que afirma que o acordo concluído em Outubro com a UE é a única maneira de “alcançar o ‘Brexit’”.
Mas Corbyn garante que este referendo “não vai ser uma repetição de 2016” pois representa uma escolha entre “sair com um acordo sensato ou ficar na União Europeia”.
“Não é assim tão complicado”, garantiu.
Jeremy Corbyn alertou para o risco que o Sistema Nacional de Saúde (NHS) corre de ser aberto ao envolvimento de empresas privadas norte-americanas se os conservadores continuarem no poder.
Acusou ainda Boris Johnson de “sequestrar” o ‘Brexit’ e disse que a “verdadeira agenda” do Chefe de Governo é “recuar nos direitos conquistados arduamente pela classe trabalhadora ao longo de gerações”.
O Reino Unido vai a votos a 12 de Dezembro para eleger os 650 deputados da Câmara dos Comuns, cuja dissolução aconteceu à meia-noite de ontem, desencadeando o período oficial de cinco semanas de campanha eleitoral.