MPLA quer os militantes a ouvir mais as populações
Luísa Damião deu voto de confiança ao povo de Cabinda, apesar de reconhecer que a província enfrenta dificuldades, devido à paralisação de vários projectos
A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, assegurou, ontem, em Cabinda, que o partido vai insuflar às estruturas intermédias e de base um maior dinamismo na mobilização política e social dos militantes, de modo a que a formação política que sustenta o Governo seja a primeira a inteirar-se dos problemas das populações.
As terceiras jornadas políticas do MPLA, realizadas de 6 a 9 de deste mês em Cabinda, vão permitir insuflar às estruturas intermédias e de base, um maior dinamismo e rigor na mobilização política e social dos militantes, afirmou, ontem, a vicepresidente, Luísa Damião.
A número dois na hierarquia do MPLA, que falava no acto político de massas, no bairro Mbaca, arredores da cidade de Cabinda, disse que, além da mobilização dos militantes, as jornadas permitiram, igualmente, a análise sobre o estado de organização e funcionamento das estruturas do partido, avaliação da implementação do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN-2018/2022), do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios e Plano Nacional Estratégico da Administração do Território e Reforma do Estado (PLANEAT-2025/2025).
A vice-presidente do MPLA referiu que a metodologia de trabalho utilizada durante as jornadas possibilitou ao Secretariado do Bureau Político interagir, de perto, com as organizações de base. Acrescentou que isso anima a direcção do partido a continuar a fazer o trabalho de proximidade, no sentido de poder inteirar-se dos problemas e prestar a solidariedade, onde for necessário.
Luísa Damião apelou aos militantes a primarem sempre pelo diálogo construtivo, clarificando sempre as coisas de modo a evitarem-se ruídos com aqueles que pensam diferente ou quando as críticas parecem destrutivas. Na diferença, sublinhou, pode-se transformar os pontos divergentes em convergentes “e, não tenho dúvidas, que podemos atrair para a nossa causa ou ganharmos amigos e simpatizantes”.
A vice-presidente do MPLA deu um voto de confiança ao povo de Cabinda, apesar de reconhecer que a província enfrenta enormes dificuldades, sobretudo devido à paralisação de alguns projectos estruturantes com destaque para as obras de construção do aeroporto Maria Mambo Café, o Quebra-Mar, Campus Universitário e Porto de Águas Profundas do Caio. “Vamos fazer advocacia necessária para ajudar a resolver parte destes problemas que a região vive”, prometeu.
Na vertente político-eleitoral, Luísa Damião disse que o MPLA tem como novos desafios as eleições autárquicas que, pela primeira vez, “saem do texto Constitucional para a prática”, sem esquecer a realização das eleições gerais, bem como o programa de moralização da sociedade, através do diálogo, debate e sensibilização dos cidadãos e das famílias.
No entender da vice-presidente do MPLA, a materialização de tais desafios requer inteligência e visão estratégica, começando com o rigor e disciplina na organização e funcionamento das estruturas partidárias.
“Os novos desafios requerem, ainda, contínuo desenvolvimento das capacidades e habilidades de persuasão, para o debate e combate político nos espaços de diálogo, principalmente de uma melhor e maior inserção activa do MPLA no seio da sociedade, nos media tradicionais e redes sociais, com espírito criativo e inovador, olhando para as diferentes realidades do país”, disse.
A vice-presidente do MPLA pediu a contribuição da população de Cabinda e dos militantes no processo de resgate de valores éticos, patrióticos, culturais e morais, visando a moralização da sociedade.
Luísa Damião afirmou que o grande contributo que cada cidadão ou militante do MPLA deve prestar ao país é o de combater as más práticas, pois, acrescentou, só desta forma se poderá colocar Angola na rota do desenvolvimento.
“Não devemos esperar só o Governo que resolva todos os problemas, mas devemos, todos -Governo, sociedade civil, famílias, igrejas, autoridades tradicionais - envidar esforços no sentido de cultivarmos as boas práticas para um país cada vez melhor”.
O MPLA realizou, em Cabinda, as terceiras jornadas políticas, no âmbito da “política aberta” que está a promover, no intuito de interagir melhor com as diversas franjas da sociedade e conhecer de perto as dificuldades com que se depara.
Durante três dias, uma delegação do Secretariado do Bureau Político do MPLA, chefiada pela vice-presidente e integrada por 14 membros, trabalhou na província de Cabinda, onde realizou várias actividades. Reuniu-se com a comunidade académica local e participou no lançamento da campanha nacional de plantação de árvores.
A delegação visitou empreendimentos sociais e obras paralisadas, com destaque para o Hospital Materno Infantil “1º de Maio”, Orfanato do Caio Litoral, obras do Quebra-Mar e do Terminal Marítimo de Passageiros, Campus Universitário, Porto de Águas Profundas e futuro Hospital Geral de Cabinda.