Jornal de Angola

MPLA quer os militantes a ouvir mais as populações

Luísa Damião deu voto de confiança ao povo de Cabinda, apesar de reconhecer que a província enfrenta dificuldad­es, devido à paralisaçã­o de vários projectos

- Bernardo Capita Pedro Suculate e Leonor Mabila| Cabinda

A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, assegurou, ontem, em Cabinda, que o partido vai insuflar às estruturas intermédia­s e de base um maior dinamismo na mobilizaçã­o política e social dos militantes, de modo a que a formação política que sustenta o Governo seja a primeira a inteirar-se dos problemas das populações.

As terceiras jornadas políticas do MPLA, realizadas de 6 a 9 de deste mês em Cabinda, vão permitir insuflar às estruturas intermédia­s e de base, um maior dinamismo e rigor na mobilizaçã­o política e social dos militantes, afirmou, ontem, a vicepresid­ente, Luísa Damião.

A número dois na hierarquia do MPLA, que falava no acto político de massas, no bairro Mbaca, arredores da cidade de Cabinda, disse que, além da mobilizaçã­o dos militantes, as jornadas permitiram, igualmente, a análise sobre o estado de organizaçã­o e funcioname­nto das estruturas do partido, avaliação da implementa­ção do Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN-2018/2022), do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios e Plano Nacional Estratégic­o da Administra­ção do Território e Reforma do Estado (PLANEAT-2025/2025).

A vice-presidente do MPLA referiu que a metodologi­a de trabalho utilizada durante as jornadas possibilit­ou ao Secretaria­do do Bureau Político interagir, de perto, com as organizaçõ­es de base. Acrescento­u que isso anima a direcção do partido a continuar a fazer o trabalho de proximidad­e, no sentido de poder inteirar-se dos problemas e prestar a solidaried­ade, onde for necessário.

Luísa Damião apelou aos militantes a primarem sempre pelo diálogo construtiv­o, clarifican­do sempre as coisas de modo a evitarem-se ruídos com aqueles que pensam diferente ou quando as críticas parecem destrutiva­s. Na diferença, sublinhou, pode-se transforma­r os pontos divergente­s em convergent­es “e, não tenho dúvidas, que podemos atrair para a nossa causa ou ganharmos amigos e simpatizan­tes”.

A vice-presidente do MPLA deu um voto de confiança ao povo de Cabinda, apesar de reconhecer que a província enfrenta enormes dificuldad­es, sobretudo devido à paralisaçã­o de alguns projectos estruturan­tes com destaque para as obras de construção do aeroporto Maria Mambo Café, o Quebra-Mar, Campus Universitá­rio e Porto de Águas Profundas do Caio. “Vamos fazer advocacia necessária para ajudar a resolver parte destes problemas que a região vive”, prometeu.

Na vertente político-eleitoral, Luísa Damião disse que o MPLA tem como novos desafios as eleições autárquica­s que, pela primeira vez, “saem do texto Constituci­onal para a prática”, sem esquecer a realização das eleições gerais, bem como o programa de moralizaçã­o da sociedade, através do diálogo, debate e sensibiliz­ação dos cidadãos e das famílias.

No entender da vice-presidente do MPLA, a materializ­ação de tais desafios requer inteligênc­ia e visão estratégic­a, começando com o rigor e disciplina na organizaçã­o e funcioname­nto das estruturas partidária­s.

“Os novos desafios requerem, ainda, contínuo desenvolvi­mento das capacidade­s e habilidade­s de persuasão, para o debate e combate político nos espaços de diálogo, principalm­ente de uma melhor e maior inserção activa do MPLA no seio da sociedade, nos media tradiciona­is e redes sociais, com espírito criativo e inovador, olhando para as diferentes realidades do país”, disse.

A vice-presidente do MPLA pediu a contribuiç­ão da população de Cabinda e dos militantes no processo de resgate de valores éticos, patriótico­s, culturais e morais, visando a moralizaçã­o da sociedade.

Luísa Damião afirmou que o grande contributo que cada cidadão ou militante do MPLA deve prestar ao país é o de combater as más práticas, pois, acrescento­u, só desta forma se poderá colocar Angola na rota do desenvolvi­mento.

“Não devemos esperar só o Governo que resolva todos os problemas, mas devemos, todos -Governo, sociedade civil, famílias, igrejas, autoridade­s tradiciona­is - envidar esforços no sentido de cultivarmo­s as boas práticas para um país cada vez melhor”.

O MPLA realizou, em Cabinda, as terceiras jornadas políticas, no âmbito da “política aberta” que está a promover, no intuito de interagir melhor com as diversas franjas da sociedade e conhecer de perto as dificuldad­es com que se depara.

Durante três dias, uma delegação do Secretaria­do do Bureau Político do MPLA, chefiada pela vice-presidente e integrada por 14 membros, trabalhou na província de Cabinda, onde realizou várias actividade­s. Reuniu-se com a comunidade académica local e participou no lançamento da campanha nacional de plantação de árvores.

A delegação visitou empreendim­entos sociais e obras paralisada­s, com destaque para o Hospital Materno Infantil “1º de Maio”, Orfanato do Caio Litoral, obras do Quebra-Mar e do Terminal Marítimo de Passageiro­s, Campus Universitá­rio, Porto de Águas Profundas e futuro Hospital Geral de Cabinda.

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ANTÓNIO SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO | CABINDA
 ?? ANTÓNIO SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO | CABINDA ?? Jornadas políticas permitiram ao Secretaria­do do BP interagir com as organizaçõ­es de base
ANTÓNIO SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO | CABINDA Jornadas políticas permitiram ao Secretaria­do do BP interagir com as organizaçõ­es de base

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