Recessão económica reduz actividades de desminagem
A escassez de recursos financeiros devido à recessão económica que o país enfrenta nos últimos anos levou ao afrouxamento nas operações de desminagem, revelou o secretário de Estado para a Acção Social, Lúcio do Amaral.
Um comunicado do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher refere que Lúcio do Amaral falava na conferência sobre “A desminagem em Angola: experiência, desafios e implicações no desenvolvimento nacional e reputação internacional”, que decorreu na África do Sul, entre os dias 5 e 7 deste mês.
Segundo o secretário de Estado, estão apenas a ser realizadas tarefas prioritárias do Executivo, em função da pertinência estratégica dos projectos, essencialmente os estruturantes, assim como campanhas de sensibilização junto da população sobre os perigos que as minas e outros engenhos explosivos não detonados representam para a segurança das pessoas.
Lúcio do Amaral informou que o Governo angolano, em parceria com doadores da União Europeia, realizou, de Abril de 2004 a Maio de 2007, um projecto de âmbito nacional para aferir dados sobre o impacto socioeconómico das minas terrestres nas comunidades, através do Instituto Nacional de Desminagem (INAD) e ONG Internacionais APN, MAG, The HALO Trust, FSB e Intersos.
Referiu que em 17 anos consecutivos de paz efectiva, o processo de desminagem contribuiu grandemente para a livre circulação de pessoas e bens, assim como para o desenvolvimento socioeconómico do país, permitindo a construção e reabilitação de infra-estruturas que ampliaram o acesso a bens e serviços. A desminagem permitiu ainda a execução de programas estruturantes de grande impacto, a reposição das linhas de caminhos-deferro que já permitem a circulação transfronteiriça, a construção de barragens hidroeléctricas, extensão da fibra óptica, construção e reabilitação de estradas e pontes, o alargamento das reservas fundiárias e dos terrenos agricultáveis, dentre outros ganhos.
O projecto, frisou, resultou na identificação de 3.293 áreas suspeitas de contaminação, localizadas em 1.988 comunidades classificadas de Alto, Médio e Baixo impacto. Foram consideradas áreas de Alto impacto as províncias do Moxico, Cuando -Cubango e Bié e de Médio impacto Malanje, Cunene, Benguela, Huambo, Cuanza -Sul e Uíge. As províncias do Bengo, Lunda-Sul, Huíla, Zaire, Cuanza-Norte, LundaNorte, Cabinda, Namíbe e Luanda são de Baixo impacto.