Jornal de Angola

Espanha elege hoje o novo Governo

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A Espanha vai hoje a votos pela quarta vez em quatro anos, num escrutínio em que os socialista­s do PSOE, liderados por Pedro Sánchez continuam favoritos à conquista do voto popular.

As eleições foram convocadas em Setembro pelo Rei de Espanha, depois de constatar que Pedro Sánchez não conseguiu reunir os apoios suficiente­s para ser investido PrimeiroMi­nistro pela maioria absoluta dos deputados ou, numa segunda volta, apenas pela maioria simples.

A campanha eleitoral mais curta de sempre, apenas oito dias, terminou à meia noite de ontem, tendo sido observado um dia de reflexão.

O líder do PSOE, Pedro Sánchez, disse no comício de encerramen­to da campanha eleitoral socialista, realizado em Barcelona, que a crise catalã e o bloqueio político vão ser ultrapassa­dos.

“O mais forte não é o que grita mais alto e, por isso, vamos superar esta crise (da Catalunha) e reconhecer a contribuiç­ão dos socialista­s catalães. Vai ver-se já no domingo” (hoje), disse o líder do Partido Socialista Operário Espanhol e presidente do Governo, em funções.

“É preciso que haja Governo. Travar os franquista­s e que seja progressis­ta”, disse Sánchez, frisando que é preciso derrubar o “muro do bloqueio”. “Se quisermos um Governo progressis­ta contra a ultra- direita e um partido ponderado para lutar com os extremismo­s, aqui está o PSOE”, disse, alertando para a presença de pactos à direita dos socialista­s.

“É verdade que vemos, cada vez mais, extremismo­s e 'ultras'”, disse sublinhand­o que existe um problema de extremismo­s como na Catalunha”, numa referência indirecta ao Vox e à crise catalã.

“Catalunha vai cobrir-se de vermelho porque vamos vencer estas eleições”, acrescento­u Sánchez manifestan­do também o desejo que nas eleições autonómica­s o Partido Socialista da Catalunha (PSC) vai ganhar.

À frente nas sondagens, Pedro Sánchez insistiu que, 48 horas depois das eleições, irá fazer uma proposta, “para desbloquea­r a situação política”, ao PP (direita), Cidadãos (direita liberal) e Unidas Podemos (extremaesq­uerda), excluindo o Vox (extrema-direita) que as sondagens indicam que pode ficar em terceiro lugar.

O líder do PP, Pablo Casado, assegurou que não irá “defraudar” os eleitores e defendeu “uma oportunida­de de ouro” para “voltar a ter orgulho de ser espanhol”.

Por seu lado, o candidato do Cidadãos, Albert Rivera, defendeu que em Espanha pode-se “ser independen­te, liberal, conservado­r, socialista e até mesmo comunista”, mas “não se pode ser violento e receber dinheiro público”, em alusão à CUP, um partido independen­tista e anti-sistema catalão.

O líder do Unidas Podemos, Pablo Iglesias, dirigiuse, no último comício em que participou, ao PrimeiroMi­nistro em exercício, Pedro Sánchez, para avisá-lo de que acredita que os eleitores de esquerda vão apostar no seu partido: “As pessoas não são idiotas e estão-se a dar conta que você está a tentar cativar a direita”, disse.

Iglesias reiterou que não dará um voto “gratuito” ao candidato socialista e que sua aposta é na formação de um governo de coligação com o PSOE depois das eleições, apesar de, segundo ele, Pedro Sánchez estar agora à procura do apoio do PP.

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