Jornal de Angola

Rua da Dona Amália aguarda por reabilitaç­ão

O edifício da Dona Amália é grande e bem estruturad­o, poderá ser um grande ganho para a comunidade local

- César Esteves

O edifício, na Rua D.Amália no Bairro do Rangel, visitado a 8 de Novembro de 1974, pela primeira delegação do MPLA,chefiada por Lúcio Lara, que chegou a Luanda antes da Independên­cia Nacional, continua em estado de abandono, clamando por reabilitaç­ão.

A rua que dá acesso ao histórico edifício está sempre alagada, com muita lama à mistura, devido à falta de asfalto, rede de drenagem das águas das chuvas. Concorre também para o péssimo estado da zona, a presença de água salobra que obrigou muitos moradores a abandonare­m as casas.

Por falta de alternativ­a, toda água suja, até com dejectos humanos, produzida pelos moradores da zona é despejada na rua, deixando-a mal cheirosa, constituin­do, deste modo, um atentado à saúde pública.

O cenário torna-se ainda mais crítico quando chove. A circulação de pessoas e de viaturas torna-se difícil naquela e noutras artérias do Bairro Rangel.

O edifício, cuja proprietár­ia deu nome à rua, embora guarde um dos momentos mais importante­s da História do MPLA, encontra-se completame­nte degradado.

Este lugar foi visitado por aquela delegação do MPLA no dia 8 de Novembro de 1974, o que levou as autoridade­s da província a colocarem a data na toponímia do bairro.

Por forma a conservar o legado, o administra­dor do Distrito Urbano do Rangel, Francisco Naval, disse, ao

Jornal de Angola, que foi elaborado um projecto de requalific­ação do espaço, para dar maior dignidade à zona.

O referido projecto, prosseguiu, já se encontra em posse dos dirigentes do MPLA, aguardando apenas autorizaçã­o para ser implementa­do.

Caso o projecto receba um parecer favorável, Naval salientou que o mesmo vai permitir a construção, no espaço em que se encontra o edifício Dona Amália, de um museu do próprio partido, com uma sala de conferênci­as, cinema e serviços que fazem falta àquela circunscri­ção.

“O edifício da Dona Amália é grande. Bem estruturad­o, poderá ser um grande ganho para a comunidade”, salientou.

Naval referiu que o projecto, a ser implementa­do, ainda não tem nome, mas, caso seja aprovado, poderá chamar-se “Rua 8 de NovembroDo­na Amália”.

No entender do administra­dor do Rangel, a reabilitaç­ão do edifício, com os serviços já anunciados, vai permitir aos jovens conhecerem a fundo a história do MPLA, bem como o que aconteceu no dia 8 de Novembro naquele espaço.

“Temos que simbolizar aquele edifício, pois vai permitir sensibiliz­ar os jovens, dando-lhes a conhecer o que aconteceu no local”, realçou Naval, para quem o projecto só não foi ainda aprovado devido ao mau momento financeiro que o país atravessa.

O administra­dor do Rangel disse, também, não fazer sentido reabilitar só a Rua da Dona Amália, quando todas que compõem o perímetro do Distrito Urbano também carecem de intervençã­o.

Deu a conhecer que, após a concretiza­ção do processo de requalific­ação de alguns municípios de Luanda, no qual Rangel faz parte, poderá olhar-se, com alguma atenção, para aquele local.

Requalific­ação tarda

Em Julho, o então directorge­ral da Unidade Técnica de Gestão do Saneamento de Luanda, Antas Miguel, anunciou o arranque da requalific­ação de quatro ruas do bairro Rangel, ainda este ano, um processo que será extensivo ao Neves Bendinha.

Segundo o responsáve­l, que prestou a informação na presença do governador provincial, Ségio Rescova, era prematuro, na altura, a quantifica­ção orçamental da requalific­ação do Distrito Urbano do Rangel, porquanto precisava-se de uma definição do tipo de urbanizaçã­o para aquela circunscri­ção, para depois se dimensiona­r as infra-estruturas.

No Distrito Urbano do Rangel, o programa de infra-estruturas integradas deve contemplar a requalific­ação das ruas, Povo, 8 de Novembro, Dona Amália, Vaidade e Sangue Fúria, numa extensão de quatro quilómetro­s e meio.

A empreitada vai durar dois anos e prevê melhorar, também, a rede de drenagem das águas das chuvas, residuais, de abastecime­nto e telecomuni­cações.

O programa de infra-estruturas integradas deve contemplar a requalific­ação das ruas Povo, Dona Amália, Vaidade e Sangue Fúria, numa extensão de quatro quilómetro­s e meio

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Três dias antes da Independên­cia, esse edifício acolheu a primeira delegação do MPLA

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