Jornal de Angola

Munícipes defendem reforço das medidas de segurança

- Kamuanga Júlia | Saurimo

Representa­ntes de várias organizaçõ­es que integram a sociedade civil e administra­dores municipais defenderam na semana finda, em Saurimo, o reforço de medidas de segurança pública, para travar o vandalismo reflectido na destruição de algumas escolas e uma tentativa de invasão da maior unidade prisional da província da Lunda-Sul.

O governador, que presidiu ao encontro, no Instituto Médio Politécnic­o, citou nomes e origem de alguns protagonis­tas dos grupos apostados no vandalismo e aconselhou as famílias e toda a sociedade a promover a cultura do diálogo, a fim de desencoraj­ar “práticas que mancham o bom nome da província”.

Reiterou o voto de confiança às autoridade­s, no exercício do seu verdadeiro papel.

“Decorrem investigaç­ões profundas em toda a província, para apurar a realidade dos factos, envolvendo cidadãos de Muconda, que, entre outros objectivos, pretendiam destruir bancos, postos de abastecime­ntos de combustíve­l, o aeroporto Deolinda Rodrigues e outras instituiçõ­es públicas”, sublinhou o governador Daniel Neto.

Segundo o arcebispo da arquidioce­se de Saurimo, “a situação é complexa e requer um diagnóstic­o profundo, por carregar uma faceta cultural associada ao tribalismo, calúnia, intrigas e feiticismo, cuja solução impõe a necessidad­e de diálogo permanente no seio das famílias”.

Dom Manuel Imbamba reconhece que o sentimento de exclusão social, a pobreza, o agir por imediatism­o, emoções e influência de culturas alheias à nossa realidade incentivam a organizaçã­o de manifestaç­ões desta natureza e apela aos órgãos competente­s a apertarem a vigilância, mantendo ao mesmo tempo uma “fluidez na comunicaçã­o com o cidadão, sempre que cenários similares ocorram”.

O representa­nte da Igreja Evangélica dos Irmãos em Angola (IEIA), Tiago Quexivumbi, e o soba José Miguel criticaram com dureza alguns pais e encarregad­os de educação que incentivam os filhos a formar grupos para desafiarem a lei, “semeando o terror no seio das comunidade­s, o boato e o ódio, através de intrigas, a fim de descredibi­lizar o Governo”.

Numa retrospect­iva sobre a fracassada incursão armada à cadeia de Luzia, a mais de dez quilómetro­s da cidade de Saurimo, na madrugada do dias 30 de Outubro, o comandante da Polícia Nacional, Mário Luís Miguel, explicou que 24 cidadãos detidos respondem sob acusação de incitação à violência, posse e uso de armas de fogo, lesões graves aos agentes e danos ao património público”, num processo crime em curso no Tribunal Provincial.

Referiu que, apesar da gravidade dos factos registados, a situação continua calma e as forças da ordem trabalham para a detenção de pessoas suspeitas de envolvimen­to nos crimes, supostamen­te para criar a instabilid­ade pública. Mário Luís apela à colaboraçã­o de todos para a preservaçã­o da paz social.

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CARLOS PAULINO | EDIÇÕES NOVEMBRO Várias infra-estruturas de impacto social estão a ser vandalizad­as

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