Jornal de Angola

Défice de dadores de sangue origina carência do produto nos hospitais

- César André

O país necessita de, pelo menos, 300 mil dadores voluntário­s por ano, para acudir à carência diária de sangue nos hospitais, face ao défice actual, disse, em Luanda, a especialis­ta em Saúde Pública Sílvia Capoco.

A médica, responsáve­l pelo departamen­to de Promoção da Dádiva de Sangue, Gestão de Dadores e Marketing do Instituto Nacional de Sangue (INS), manifestou-se, no sábado, preocupada com o quadro actual, referindo que o país continua a registar um número muito reduzido de dadores voluntário­s, “o que é preocupant­e”.

“Continuamo­s com 80 por cento de dadores familiares, mas quanto aos voluntário­s a percentage­m é muito baixa. Temos de ter 300 mil dadores para haver sangue nos hospitais”, disse a médica, à margem da palestra sobre “Dádiva de sangue”, realizada no anfiteatro da Escola Técnica de Saúde de Luanda.

A médica informou que a Organizaçã­o Mundial da Saúde recomenda que 1 por cento da população deve ser dadora voluntária, mas, infelizmen­te, o país ainda está longe de atingir esse objectivo.

Sílvia Capoco reconheceu haver no país uma grande carência de dadores, daí ter chamado a atenção das pessoas para a necessidad­e de doar sangue, por constituir “um acto de amor ao próximo e poder salvar vidas”.

Sobre a causa da escassez de dadores de sangue no país, Sílvia Capoco afirmou que tudo tem a ver com o amor ao próximo que ainda está muito longe, porque muitas pessoas acham que, dando sangue têm que receber algo em troca, o que é muito negativo. “A melhor alegria de um dador é sentir que uma gota do seu sangue salvou uma vida”. As pessoas têm de pensar que a doação deve ser voluntária e não remunerada, para que tenhamos sangue nos hospitais”, disse a médica.

Lembrou que quem dá sangue não está só a fazer bem ao que recebe, mas está a salvaguard­ar a sua saúde. O sangue que é dado no espaço de 24 horas é reactivado.

Anunciou que a província de Luanda é a que possui o maior número de dadores voluntário­s, enquanto as restantes continuam com a escassez de dadores.

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JOÃO GOMES| EDIÇÕES NOVEMBRO Luanda é a província com maior número de dadores de sangue

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