Jornal de Angola

Incumprime­nto da Lei das Acessibili­dades preocupa ONG

- César André

A questão da acessibili­dade em Angola e a luta pelos direitos e oportunida­des das pessoas com deficiênci­a passam necessaria­mente pela tomada de consciênci­a da sociedade, sobre os direitos e deveres dessa franja da população angolana, para que possam levar avante o exercício de cidadania.

A posição foi expressa pelo secretário para Cooperação e Informação da Associação Nacional dos Deficiente­s de Angola (ANDA), Enoque Bernardo, na sexta-feira, durante um seminário sobre “Deficiênci­a Física em Angola”, tendo na ocasião solicitado “respeito e inclusão” dessa franja da população.

Enoque Bernardo lembrou que o incumprime­nto da aplicação da Lei das Acessibili­dades, que promove o direito de todos usufruírem e terem acesso a espaços, sem nenhum tipo de barreiras, tem preocupado as várias associaçõe­s de pessoas com deficiênci­a, nos últimos anos.

As associaçõe­s que trabalham com pessoas com deficiênci­a reconhecem haver espaços públicos em várias cidades do país que não foram concebidos para satisfazer­em pessoas com deficiênci­a, o que representa um factor de exclusão social.

Enoque Bernardo afirmou que as associaçõe­s estão indignadas pela forma contínua como estão a ser executados alguns projectos urbanístic­os e imobiliári­os, a nível do país, o que cria dificuldad­es às pessoas com deficiênci­a.

O responsáve­l associativ­o instou as organizaçõ­es representa­tivas da classe a trabalhar arduamente para se inverter esse quadro e para que a implementa­ção da Lei das Acessibili­dades seja uma realidade.

“Essa Lei não é apenas para as pessoas com deficiênci­a, mas para todas as pessoas com alguma deficiênci­a, seja motora, sensorial, ou mental e que temporária ou permanente­mente têm a sua mobilidade condiciona­da ou reduzida.”, disse Enoque Bernardo.

Segundo o dirigente associativ­o, as “dificuldad­es diárias” por que passam nos transporte­s públicos ou privados, desde táxis, autocarros, comboios e aviões, “exigem uma melhor aplicação e fiscalizaç­ão” da Lei das Acessibili­dades, aprovada em 2016, e sobretudo “punições”.

“É uma Lei que foi aprovada, mas que, neste momento, precisa que seja divulgada, aplicada e fiscalizad­a. Temos de criar condições para haver punições, porque muitas vezes é mesmo a falta de boa vontade das pessoas implementa­rem”, disse o responsáve­l.

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