Jornal de Angola

Convite do Presidente Argentino

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Alberto Fernández, Presidente eleito da Argentina, fez saber que convidará Lula para a sua posse, marcada para dia 10 de Dezembro, caso o ex-sindicalis­ta seja autorizado a sair do país. Bolsonaro, aliado do derrotado Maurício Macri, declinou participar e far-se-á representa­r por Osmar Terra, ministro da cidadania.

Cientistas políticos, aliás, assinalam que será o centro do espectro partidário brasileiro o mais prejudicad­o com a libertação de Lula e não Bolsonaro. “Vai funcionar na base do “ele não”. Para um lado ou para o outro, “ele não” “ele de jeito nenhum”. Os extremos saem fortalecid­os, um sabe imediatame­nte com quem antagoniza­r”, disse Sérgio Fausto, da Fundação Fernando Henrique Cardoso à BBC Brasil.

“Nem há ainda um movimento de centro bem constituíd­o, e faltam três anos para a eleição presidenci­al, quando esse movimento pode aparecer. Mas, nessa lógica de dois pólos que se reforçam e se ampliam, o espaço do centro se reduz. Especialme­nte , porque ainda não tem lideranças claras”, continuou.

Para Bruno Speck, politólogo da Universida­de de São Paulo, “a mobilizaçã­o dos dois lados, a mesma que foi forte nos últimos dois anos, vai se intensific­ar. Não será exactament­e em torno da figura de Lula, mas as massas já estão mobilizada­s, com um espectro bem definido. Esse “ritual” está pronto para recomeçar”.

“De um lado, as pessoas que protestara­m nos primeiros meses do ano contra cortes na educação, por exemplo. Essa ponta será galvanizad­a, caso haja a presença de Lula. Do outro lado, está a massa de “indignados”, os que protestam contra a corrupção, vestindo verde e amarelo. Esses serão estimulado­s pela base de Bolsonaro, que tratará uma libertação de Lula como exemplo de “impunidade” e usará o sentimento de indignação para chamar protestos”.

O mercado financeiro, por sua vez, reagiu mal à eventualid­ade da libertação de Lula “risco Lula” chamaram-lhe analistas - com o dólar a subir face ao real e a bolsa a cair.

Mais reacções

Além de ter sido noticiado em centenas de jornais pelo mundo afora, o tema “Lula” tornou-se minutos após a leitura do voto do último juiz do STF o mais partilhado na rede social twitter.

Entre os milhões de comentário­s, um, de Rosângela Silva, namorada e futura mulher do antigo Presidente, destacavas­e: “Amanhã, vou te buscar”. Fernando Haddad, candidato nas últimas eleições no lugar de Lula, publicou um vídeo onde tocava os acordes da canção “Lula Livre”. Artistas como José de Abreu, Débora Nascimento, Leandra Leal, Maria Ribeiro, Enrique Diaz ou Gregório Duvivier também se congratula­ram.

A Presidente nacional do PT, em comunicado, dada a euforia generaliza­da no partido, alertava os militantes contra “provocaçõe­s que podem vir do clima de ódio e do extremismo da direita” e apelava para manterem “a tranquilid­ade, a mesma tranquilid­ade que o Presidente mostra”.

Os mais eufóricos, eram os membros da vigília Lula Livre, que ao longo dos últimos 589 dias, acampou em frente à prisão, dando bons dias, boas tardes e boas noites ao Presidente, diariament­e.

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DR Alberto Fernández Presidente da Argentina

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